Tite testa time sem quarteto e troca Gabriel Jesus por Fernandinho

Seleção brasileira enfrenta a Sérvia, na quarta-feira, pela última rodada do Grupo E

Camila Mattoso Diego Garcia Luiz Cosenzo Sérgio Rangel
Sochi e Moscou

Precisando apenas de um empate para confirmar a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo, a seleção brasileira deverá reforçar a marcação no jogo contra a Sérvia, nesta quarta-feira (27), às 15h.

Nesta segunda (25), o técnico Tite testou um esquema sem o até agora titular Gabriel Jesus, 21, e com Fernandinho, 33, entre os titulares. O volante do Manchester City entrou no meio de campo, com Casemiro e Paulinho.

Na atividade, formada por três equipes de seis atletas, os jogadores de meio de campo e ataque tinham como objetivo se movimentar para furar a linha de defesa adversária, de acordo com Matheus Bacchi, auxiliar técnico e filho do treinador.

O Brasil lidera o Grupo E, com quatro pontos. A Suíça tem o mesmo número de pontos, mas saldo de um gol a menos no critério de desempate. Já a Sérvia tem três pontos. A Costa Rica está eliminada.

O ensaio com essa formação é uma tentativa do treinador de fazer o time engrenar. Nos primeiros dois jogos, a seleção sofreu. Empatou com os suíços, por 1 a 1, e venceu, nos acréscimos, a Costa Rica, por 2 a 0.
 

Gabriel Jesus foi sacado para a entrada de Fernandinho na equipe
Gabriel Jesus foi sacado para a entrada de Fernandinho na equipe - Adrian Dennis/AFP

Com a formação testada, Tite mudaria a posição de outros titulares. Willian seguiria no lado direito, enquanto Philippe Coutinho deixaria a faixa central para atuar à esquerda. Já Neymar teria liberdade para jogar centralizado, como um falso centroavante.

O camisa 10 da seleção já fez alguns jogos assim quando Mano Menezes e Dunga comandaram a equipe nacional. Com Tite, porém, atuaria assim pela primeira vez.

Desde que estreou na seleção principal, em setembro de 2016, o treinador jamais escalou a equipe sem um centroavante de referência. Gabriel Jesus, Firmino e Diego Souza foram os utilizados na posição.

O treinador ainda tem como opção manter a formação com o quarteto ofensivo ou colocar Renato Augusto no lugar de um atacante, o que aconteceu durante a campanha da equipe nas eliminatórias sul-americanas.

Após Tite assumir o time e adotar esse esquema no torneio classificatório para o Mundial, o Brasil deixou a sexta colocação, emplacou uma sequência de nove vitórias e obteve a vaga com quatro rodadas de antecedência.

Caso confirme a mudança, o que deverá acontecer nesta terça-feira (26), quando comanda o último treino antes do jogo, o técnico repetirá o histórico da seleção em Copas.

Dos cinco títulos mundiais conquistados pelo Brasil, três tiveram, por opção do treinador, alterações no time ao longo do torneio que foram importantes para as conquistas.

Em 1958, o técnico Vicente Feola colocou Garrincha, Pelé e Zito na equipe titular logo após um empate contra a Inglaterra, na primeira fase. O time conquistou quatro vitórias consecutivas e faturou o caneco pela primeira vez.

Em 1962, lesão de Pelé resultou na entrada de Amarildo.

Na campanha do tetracampeonato mundial, Carlos Alberto Parreira também fez modificações durante a competição nos Estados Unidos.

Nas oitavas de final, colocou Mazinho no lugar do camisa 10 Raí, que estava sendo bastante criticado. O time ficou mais defensivo e ganhou o Mundial de 1994.

Oito anos depois, na Copa do Mundo de 2002, mais recente conquista brasileira, foi a vez de Luiz Felipe Scolari alterar taticamente a equipe.

O treinador tirou o meia-atacante Juninho Paulista para reforçar a marcação com Kleberson nas quartas de final. O meio-campista foi mantido no time e terminou a competição como titular.

Fernandinho substituiu o atacante Gabriel Jesus, que não marcou gols ainda na Copa do Mundo. Assim, Willian, que estava cotado para perder a vaga —foi até substituído no intervalo da última partida—, deve continuar como titular.

As mudanças mais importantes nos cinco títulos mundiais

1958 – Após um empate contra a Inglaterra, o técnico Vicente Feola fez três modificações que mudaram a seleção brasileira. Garrincha, Pelé —que era titular, mas estava machucado— e Zito ganharam a vaga entre os titulares para o terceiro jogo. Assim, Joel, Mazzola e Dino Sani ficaram no banco de reservas. Antes, Vavá já havia entrado no lugar de Dida. Na final, Djalma Santos atuou no lugar de De Sordi.
 
1962 – Dirigida por Aymoré Moreira, a seleção brasileira teve “apenas” uma mudança em sua caminhada rumo ao bicampeonato. Sem Pelé, que se machucou no segundo jogo, o treinador colocou Amarildo como titular, que marcou três gols na competição, sendo um na final contra a Tchecoslováquia
 
1970 – No tricampeonato em 1970, a seleção que estreou com triunfo sobre a extinta Tchecoslováquia foi a mesma que goleou a Itália na decisão. Na campanha, apenas em três dos seis jogos o time não teve a formação considerada titular.
 
1994 – Na conquista do tetracampeonato, a modificação mais lembrada é a entrada de Mazinho no lugar de Raí, que era o camisa 10, nas oitavas de final. O time, porém, teve outras duas mudanças. Na segunda rodada, Aldair substituiu Ricardo Rocha. Nas quartas de final, Branco ocupou a vaga deixada por Leonardo, expulso contra os EUA após acertar um rival com uma cotovelada.
 
2002 – Na Copa de 2002, Felipão também trocou um jogador com características ofensivas por um mais defensiva. Nas quartas de final, contra a Inglaterra, ele colocou Kleberson na vaga de Juninho Paulista. A modificação ficou até a conquista do título.

JOGOS DO BRASIL

27/06 – Quarta-feira, às 15h
Copa do Mundo
Sérvia x Brasil – Moscou, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports

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