Saída de presidente da Ferrari agita bastidores da F-1

Sergio Marchionne está doente; Louis Camilleri deve assumir a presidência da montadora

Dois homens conversando sentados
Sergio Marchionne (à esquerda), com o CEO da Jeep, Mike Manley, em Detroit - Carlos Osorio/AP Photo
Hockenheim (Alemanha) | Reuters

​A substituição de Sergio Marchionne na Ferrari tira da Fórmula 1 um importante membro combativo, que havia ameaçado retirar a equipe mais antiga e glamourosa do esporte a menos que conseguisse o que queria.

A Ferrari anunciou neste sábado que Marchionne, de 66 anos, está seriamente doente e seria substituído como presidente do conselho por John Elkann, membro da família italiana Agnelli.

O membro do conselho Louis Camilleri deve assumir como presidente-executivo da montadora de carros esportivos.

“Isso provavelmente vai facilitar um pouco a vida do (presidente do conselho da F1) Chase (Carey) nas negociações”, disse o chefe de equipe da McLaren, Zak Brown, a repórteres no Grande Prêmio da Alemanha quando questionado sobre as implicações.

"Sergio fez um trabalho incrível em todo o negócio da Fiat, ele é muito sincero, lutando fortemente pela Ferrari.”

"Espero que a pessoa que o substitua veja o valor que a Fórmula 1 entrega à Ferrari… O resultado poderia ser um comprometimento mais rápido da Ferrari à Fórmula 1”, ele acrescentou.

O chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff, cuja equipe vencedora do título enfrenta a Ferrari nas pistas, mas é vista como aliada quando o assunto são as negociações sobre o futuro do esporte, foi mais reservado.

“Ele é um personagem e uma personalidade importante da Fórmula 1. Eu sempre gostei de competir com ele", disse o austríaco.

Carro vermelho de fórmula 1
Carro da Ferrari pilotado por Sebastian Vettel durante treino classificatório para GP da Alemanha - Christof Stache/AFP Photo

Não houve uma reação imediata da Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1, que depôs o ex-todo-poderoso Bernie Ecclestone ano passado e está tentando reestruturar o esporte.

Eles querem implementar um limite de gastos, melhorar as corridas e ter uma distribuição mais justa das receitas, para que todas as 10 equipes possam ser competitivas.

O atual acordo entre as equipes, órgãos governamentais e detentores de direitos comerciais expira no fim de 2020 e as negociações têm acontecido há algum tempo.

A Ferrari, que também é a equipe mais bem-sucedida, recebe somas de dinheiro significativas em pagamentos especiais que refletem seu status e está relutante em ver isso acabar.

"Nós precisamos encontrar uma solução equilibrada para o futuro que satisfaça a todos e eu acho que nós o faremos com o tempo”, disse Marchionne em dezembro.

"De outra forma, a Ferrari vai sair. Se eles (os céticos) acham que estamos blefando, eles estão brincando com o fogo.”

Camilleri é ex-presidente do conselho da Philip Morris International, companhia de tabaco que têm patrocinado a equipe da Ferrari na F1 há mais de quarenta anos. 

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