Descrição de chapéu Copa do Mundo

Sem apreensão, torcida fez festa no centro de SP; mexicanos se resignam

Locutores mexicanos diziam que esta era a melhor seleção mexicana dos últimos tempos

Dante Ferrasoli Sylvia Colombo
São Paulo e Cidade do México

Aglomeração, banheiros químicos, axé e pagode nas caixas de som. O clima no vale do Anhangabaú era de Carnaval fora de época, antes e depois da vitória do Brasil sobre o México nesta segunda-feira (2).

Os torcedores que compareceram ao local para assistir à partida em um telão não pareciam estar receosos com o resultado do jogo. Nem mesmo no início da partida, quando o México era melhor.

Alguns não paravam de tocar cornetas, e grupinhos cantavam a música que enumera as conquistas brasileiras em Copas. Não havia tensão no ar.

No intervalo, um animador com microfone incentivou os presentes a "pegar uma Brahminha gelada" --a lata custava R$ 6. Mas nem todos bebiam, afinal, depois da partida, voltariam ao trabalho.

Nos gols, festa, mas nada que fuja ao padrão de qualquer comemoração.

Mal acabou a partida e o animador anunciou que a banda de pagode Inimigos da HP tocaria em alguns minutos.

O lugar continuou com público bom, mas muitos se foram. A maioria que ficou era jovem, para quem o jogo já parecia ter sido só um detalhe.

Já na Cidade do México, os torcedores começaram a partida animados e terminaram resignados com a sétima eliminação seguida da equipe nas oitavas de final da Copa.

Encorajados pela vitória diante dos alemães na fase de grupos, locutores diziam que esta era a melhor seleção mexicana dos últimos tempos.

Diante do telão instalado em frente ao Ángel de La Independencia, monumento no paseo de La Reforma, uma das avenidas mais importantes da cidade, o hino mexicano foi cantado aos brados.

Os nervos começaram a se exaltar não com o primeiro gol do Brasil, mas com a demora dos jogadores brasileiros em recolocar a bola em jogo e com as caídas de Neymar.

"Onde está o franco-atirador?", disse, brincando, um dos locutores quando o atacante gritava de dor após choque com mexicano.

O segundo gol, de Firmino, porém, calou a torcida. "Se esse jogador é um substituto que entra e já marca, é porque somos inferiores mesmo", disse um advogado, que já ia tirando a camiseta da seleção mexicana e amarrando a gravata para ir trabalhar.

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