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Candidato da oposição vê privilégio a patrocinadora no Palmeiras

Para oposicionista, Galiotte coloca interesse de Leila Pereira à frente dos do próprio clube

O vice-presidente do Palmeiras e candidato à presidência Genaro Marino concede entrevista à Folha de SP no clube social do time
O vice-presidente do Palmeiras e candidato à presidência Genaro Marino concede entrevista à Folha de SP no clube social do time - Rafael Hupsel/Folhapress
Alberto Nogueira Luís André Rosa Rafaela Cardoso
São Paulo | Agora

O empresário Genaro Marino, 62, primeiro vice-presidente do Palmeiras, concorre à eleição deste sábado (24) com o atual mandatário do clube e candidato a reeleição Maurício Galiotte.

Os dois fizeram parte da gestão do ex-presidente Paulo Nobre, e estão rompidos por divergências em relação à atuação da Crefisa. “O Palmeiras em primeiro lugar deixou de existir”, diz à Folha.

O dirigente acusa o colega de ter alterado o contrato com a empresa às escondidas, transformando investimento de R$ 120 milhões em uma dívida de R$ 150 milhões, por causa de problemas da patrocinadora com o Fisco.

 

Quais são os principais objetivos, as propostas de uma gestão Genaro Marino? No futebol, vamos investir, mas de maneira adequada. Outro ponto é o clube social. As instalações do conjunto aquático, sauna, vestiário, estão sofríveis. Estamos também sem sala de troféus. 

Para o senhor, quais foram os erros da gestão do Maurício Galiotte? O Galiotte mudou o contrato com a Crefisa sem nos consultar, sem falar com os órgãos responsáveis. Ele fez um contrato concordando que o investimento virasse empréstimo. Isso não era risco nosso. Se isso era risco do patrocinador, por que ele tinha que trazer o risco para o Palmeiras? Tem também a alteração do estatuto do clube, que mudou o mandato presidencial de 2 para 3 anos.

Por que o senhor acha que tudo isso foi feito? A forma como ela [Leila Pereira] entrou no Conselho, como o estatuto está sendo modificado, eu entendo isso como um casuísmo para ela se tornar presidente em 2021, sem respeitar as regras.

Qual é a sua relação hoje com o Galiotte? O senhor ainda tem participado das decisões do clube? Desde o final do ano passado, quando substitui ele na presidência, não tivemos mais um relacionamento diário. Distante por ele ter promovido essas mudanças sem falar nada para ninguém. Na minha visão, de forma irregular.

Como será se a patrocinadora não quiser renovar se o senhor for eleito? Vejo que se existe todo esse amor que ela [Leila Pereira] diz ter pelo clube, se nós entrássemos, acredito que ela permaneceria. Agora, se todo esse amor não for suficiente e eles quiserem sair, o clube é muito forte hoje. É um gigante, que terá interesses de outros patrocinadores. 

O senhor já foi procurado por alguma empresa? Eu já fui procurado por duas empresas que manifestaram vontade de trabalhar conosco. Uma é da área da energia, e pediu confidencialidade até a definição das eleições.

Mas o senhor tem intenção de que a Crefisa permaneça? Nós encaminhamos para ela uma carta para que ela nos informasse, caso sejamos eleitos, se ela sairia. Mas não tivemos retorno ainda.

O clube até o momento não fechou contrato com a TV aberta para o Brasileiro a partir do próximo ano... Centralizador como o Maurício é, não sei o que ele definiu. Sempre vou defender os interesses do Palmeiras. O dinheiro da TV é representativo. Dentro das nossas receitas, a de maior valor é a de televisão. A segunda maior é a bilheteria. A Crefisa é só a terceira. O quarto é o programa sócio Avanti.

Pretende renovar contrato com o Alexandre Mattos e segurar o Dudu? O Dudu é o principal jogador no Brasil. Eu não vejo um jogador com as características de jogo que ele possui. Eu, como dirigente, quero ter ele na equipe. Nós fomos responsáveis [gestão Paulo Nobre, da qual fez parte] pela vinda do Alexandre Mattos. O Galiotte queria o Rodrigo Caetano na época. Vou procurar manter ele também.

Eleição no Palmeiras acontece neste sábado

Os sócios do Palmeiras elegem neste sábado (24) o 40º presidente da história do clube. Pela primeira vez, a votação será na chapa e não em cinco candidatos, no caso o presidente e os quatro vices. Com a reforma do estatuto que foi aprovada pelos conselheiros no último dia 21 de maio, o mandato do presidente passa a ser de três anos, não mais dois. Cerca de 8.000 sócios, com no mínimo três anos de registro, têm direito a voto. Eles poderão fazer a escolha das 8h às 17h nas urnas eletrônicas que estarão na sede social do clube, no bairro da Pompeia.

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