Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Com passaporte apreendido, Ronaldinho é chamado de herói por governador do Rio

Sem pagar multa por dano ambiental, ex-jogador foi apontado por Witzel como exemplo

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Ronaldinho segura marca com formato de seus pés
Ronaldinho coloca os pés na calçada da fama do Maracanã - Pilar Olivares /Reuters
Rio de Janeiro

​​Ronaldinho Gaúcho colocou nesta terça-feira (8) os pés na calçada da fama do Maracanã. A cerimônia contou com escola de samba e centenas de turistas assediando o ex-jogador da seleção brasileira no túnel que dá acesso ao gramado do estádio.

A festa foi comandada pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). O ex-juiz federal deixou de lado o problema na Justiça do campeão do mundo e não se conteve em elogios a Ronaldinho. O ex-jogador teve o seu passaporte apreendido em novembro por causa de uma dívida que já ultrapassou R$ 8 milhões com a Justiça gaúcha.

Ronaldinho entregou seu passaporte ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em dezembro. 

Witzel disse que o ex-atleta é um “parceiro do povo do Rio” e anunciou que vão “trabalhar juntos” em projetos sociais. Os dois não explicaram como será a parceria. O governador declarou que Ronaldinho é um “exemplo” para os jovens.

“Agradecemos do fundo do coração tudo o que você fez pela nossa pátria. Você é um herói do povo brasileiro e do estado do Rio de Janeiro”, disse o Witzel, ao lado do ex-jogador de 38 anos.

Ronaldinho Gaúcho posa para foto com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ajoelhado, fazendo gesto de engraxar a chuteira do ex-jogador
Ronaldinho Gaúcho posa para foto com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ajoelhado, fazendo gesto de engraxar a chuteira do ex-jogador - Mauro Pimentel/AFP

​Em 2015, ele, Assis Moreira, seu irmão, e a empresa Reno Construções e Incorporações foram condenados em processo por dano ambiental. Eles construíram um trapiche, uma plataforma de pesca e canalizaram um riacho em um terreno da família às margens do Lago Guaíba, área de preservação permanente existente em Porto Alegre.

Até agora, eles não cumpriram a decisão. Ao pedir a apreensão do passaporte do ex-jogador, o subprocurador-geral da República Brasilino Pereira disse que os réus “ridicularizam a Justiça” e não havia “outra providência a ser tomada”.

Desde dezembro, quando entregou o seu passaporte, Ronaldinho participou de eventos no país. Antes, ele trabalhou em ações de patrocinadores nos Emirados Árabes Unidos, na Costa do Marfim, na Alemanha, no Marrocos, no Japão e no Quênia. Em todos, ele cobrou cachê.

Nesta terça, Ronaldinho não foi questionado sobre o seu problema na Justiça. Na rápida e confusa entrevista, ele disse que estava emocionado com a homenagem e agradeceu o apoio do governador do Rio.

“Só tenho a agradecer. É um momento único e maravilhoso colocar os meus pés no maior estádio de todos os tempos”, disse o ex-jogador, que defendeu o Flamengo no início da década.

“Contem comigo sempre. Eu amo o Rio”, acrescentou Ronaldinho, que tem uma mansão na Barra da Tijuca e costuma passar longas temporadas na cidade.

O advogado do ex-jogador da seleção entrou em dezembro com um pedido no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para que seu passaporte fosse devolvido. A Justiça, no entanto, entrou em recesso no dia 19 sem analisar o recurso. Os ministros retornam ao trabalho somente em fevereiro e a Segunda Turma da corte, onde corre o pedido de habeas corpus do jogador, volta a se reunir apenas em 5 de fevereiro.

A devolução do passaporte de Ronaldinho antes desse prazo dependeria de uma decisão com caráter de urgência do STJ ou ter sucesso em um recurso no STF (Superior Tribunal Federal).

Em novembro, o UOL revelou que o ex-jogador tem mais de R$ 1,8 milhão em dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nas propriedades registradas em seu nome em Porto Alegre. Alguns imóveis não constam o pagamento do imposto desde 2012.

Na ocasião, o advogado de Ronaldinho informou que negocia o pagamento da dívida.
 

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