Descrição de chapéu Pan-2019

Favorito no Pan, Arthur Zanetti encara a dura missão de relaxar

Ginasta campeão olímpico é uma das maiores estrelas dos Jogos de Lima

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Lima (Peru)

Dono de duas medalhas olímpicas e quatro em campeonatos mundiais, o ginasta Arthur Zanetti não é apenas um dos atletas mais destacados da delegação brasileira em Lima, mas dos Jogos Pan-Americanos como um todo.

Não à toa, ele foi escolhido pelos organizadores como um dos dez embaixadores do evento, cuja cerimônia de abertura será na sexta (26). As competições de ginástica artística têm início no sábado (27).

Favorito a conquistar no Peru sua segunda medalha de ouro na prova de argolas do Pan, repetindo Toronto-2015, Zanetti rejeita a ideia de que o primeiro lugar no pódio esteja garantido para ele.

O ginasta brasileiro Arthur Zanetti durante treino para os jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru
O ginasta brasileiro Arthur Zanetti durante treino para os jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru - Wander Roberto - 22.jul.2019/COB

“A gente não pode carregar esse peso porque é uma responsabilidade muito grande. Tem que entrar sem pensar em favoritismo e fazer na competição o que vem fazendo nos treinamentos, porque qualquer pressão pode influenciar no resultado”, afirmou à Folha nesta terça (18), após sessão de treinos na arena Polideportivo de Villa El Salvador.

No Mundial de Doha, em 2018, ele foi o único representante do continente entre os oito melhores colocados nas argolas —todos os outros eram europeus.

Aos 29 anos, o ginasta sabe que está mais perto do fim do que do início da carreira e tenta encarar as competições de forma mais leve. Para quem sempre teve que ser perfeccionista para chegar aonde chegou, porém, essa não é uma tarefa simples.

“Eu ainda me cobro bastante. O Marcos [Goto, seu treinador pessoal e da seleção] é quem às vezes dá uma segurada, fala para eu relaxar e curtir a competição porque o que vier é lucro”, diz ele, que se considera um atleta mais técnico e tranquilo do que quando obteve seu maior resultado, a medalha de ouro nos Jogos de Londres-2012.

Nos últimos anos, a prova de argolas foi dominada pelo grego Eleftherios Petrounias, 28. Zanetti o acompanha de perto, mas ficou para trás no último Mundial e na Olimpíada do Rio-2016. O próximo encontro entre eles deverá ocorrer no Mundial da Alemanha, em outubro.

Tantos anos de carreira em alto nível cobram um preço alto do corpo do brasileiro. No caso dele, os ombros são os principais afetados. “Tenho umas dores aqui, outras ali. Tenho que ser mais cauteloso e participar de menos competições”, afirma o brasileiro.

Em Lima, Zanetti espera gritaria e vibração da torcida peruana durante as provas. Nada que o desconcentre quando está pendurado nas argolas e as expressões em seu rosto demonstram o esforço para a execução de cada movimento.

Além dele, foram convocados para a seleção masculina em Lima Arthur Nory, 25, Caio Souza, 25, Francisco Barreto, 29, e Luis Porto, 22.

O técnico Marcos Gotto afirma que o objetivo brasileiro no Pan é preparar bem a equipe para o Mundial, onde estarão em jogo nove vagas em Tóquio-2020 na competição coletiva. No Pan de 2015, o time brasileiro ficou com a medalha de prata, atrás dos Estados Unidos.

Já a equipe feminina do Brasil, bronze em Toronto há quatro anos, terá Flavia Saraiva, 19, Jade Barbosa, 28, Thaís Fidélis, 18, Carolyne Pedro, 19, e Lorrane Oliveira, 21. O desfalque fica por conta de Rebeca Andrade, 20, que recentemente precisou passar pela sua terceira cirurgia no joelho.

Sem a estrela Simone Biles, mas com campeãs mundiais entre as convocadas, entre elas a revelação Morgan Hurd, 18, os Estados Unidos são favoritos a manter a hegemonia.

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