Piloto britânico Stirling Moss morre aos 90 anos

Moss foi o maior corredor da Fórmula 1 que nunca conquistou um título mundial

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Alan Baldwin
Londres | Reuters

O britânico Stirling Moss, considerado o maior piloto da Fórmula 1 que nunca venceu o campeonato mundial, morreu aos 90 anos.

Companheiro de equipe do pentacampeão argentino Juan Manuel Fangio, na Mercedes, Moss ganhou 16 GPs nos anos 1950 e início dos anos 1960, quando o esporte era mais mortal e ousado.

Nenhum outro piloto venceu tantas corridas sem conquistar o título. Ele foi quatro vezes vice-campeão e três vezes o terceiro colocado.

Moss também foi o primeiro britânico a vencer seu GP em casa, derrotando Fangio em Aintree em 1955, e se tornou sinônimo de velocidade.

Não fosse por seu espírito esportivo, poderia ter sido o primeiro campeão mundial da Grã-Bretanha em 1958, em vez de Mike Hawthorn.

Naquele ano, ele perdeu o título por um ponto, depois de pedir que o seu compatriota não fosse desqualificado no Grande Prêmio de Portugal.

"Eu senti que estava errado, fui e dei provas em nome de Mike e disse que ele não deveria ser desqualificado", disse Moss à agência Reuters em entrevista em sua casa em 2009.

"Eles obviamente devolveram seus pontos e isso tirou o título de mim". Moss nunca chegou tão perto de vencer de novo, mas não teve arrependimentos.

"Estou na posição única na qual as pessoas dizem que ele deveria ter vencido e nunca venceu", disse, no seu aniversário de 80 anos. "A coisa mais importante para mim é realmente o respeito dos outros pilotos."

O britânico terminou sua carreira profissional depois de um acidente em Goodwood, em 1962, que o deixou inconsciente por um mês e paralisado por seis.

Ele mantinha dois volantes dobrados pendurados na parede de sua casa no centro de Londres como lembranças dos principais acidentes, um rotulado como "Spa 1960" e a outra "Goodwood 1962".

"Penso, em retrospecto, que me aposentei muito cedo. Adoraria ter continuado e tinha toda a intenção de correr até os 50 anos ou mais", disse ele na entrevista de 2009.

"Eu estava muito em forma, no auge da minha carreira, e isso significava que eu tinha que trabalhar para viver. Isso foi um choque."

Ordenado Sir Stirling Craufurd Moss em 2000 por serviços ao automobilismo, o piloto, filho de um dentista e nascido em Londres, se aposentou de todas as formas de automobilismo somente em 2011, quando tinha 81 anos.

Ele competiu com seu Porsche RS61 restaurado na corrida Le Mans Legend 2011 e também pilotou seu Osca de 1.500cc em eventos históricos.

O Grande Prêmio de Mônaco de 1961 foi, em sua opinião, o maior da Fórmula 1, mas o Mille Miglia de 1955, uma corrida de carros esportivos nas vias públicas italianas, foi tão memorável quanto.

Em seu auge, Moss participou de 54 corridas por ano em todo o mundo —o caledário da Fórmula 1 de 2018 tinha 21—, além de testes.

"Tudo o que eu precisava fazer era chegar, testar o carro, correr e então eu poderia ir. Ir atrás de garotas ou o que eu quisesse fazer, era apenas uma vida fabulosa", disse ele.

Moss ficou doente em Singapura no final de 2016 e passou 134 dias no hospital lutando contra uma infecção no peito.

Ele também sobreviveu a uma queda de três andares em um poço de elevador em sua casa, em Londres, em março de 2010, na qual quebrou os tornozelos e quatro ossos dos pés.

Em janeiro de 2018, ele se retirou totalmente da vida pública para descansar e passar mais tempo com sua família.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do publicado em versão anterior deste texto, o piloto Juan Manuel Fangio é pentacampeão da Fórmula 1, e não tricampeão. A informação foi corrigida.

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