A Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais) divulgou vídeo com depoimentos de jogadores contrários a uma mudança prevista em projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional. A entidade também pede que a volta do futebol no país seja feita com segurança.
O esporte está parado no Brasil, por causa da pandemia de Covid-19, desde a metade de março.
O projeto em questão foi apresentado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA) a pedido dos clubes brasileiros e prevê várias medidas para tentar amenizar os efeitos da crise. O item que a Fenapaf considera nocivo para os atletas é a possibilidade de diminuição em 50% no valor da rescisão contratual.
Em vídeo de pouco mais de dois minutos, 16 jogadores das séries A e B leem o texto preparado pela federação. Diego (Flamengo), Cássio (Corinthians), Marinho (Santos). Everton Ribeiro (Flamengo) e Felipe Melo (Palmeiras) são alguns dos que aparecem na gravação.
"Brasil, é hora de união de todos. Somos um povo, uma nação, temos diferentes realidades na nossa classe. A maioria só trabalha três vezes por ano, 95% de nós recebemos menos do que dois salários mínimos. Mudar as leis sem ouvir a gente? Isso não é legal. Estamos aqui e precisamos ser ouvidos com atenção. Afinal de contas, somos uma democracia. O povo brasileiro ama e quer o futebol de volta, nós também amamos e queremos voltar. Nossas famílias precisam de nós. Somos todos pelo trabalho, mas precisamos pensar na saúde de todos nós. Trabalho seguro, grandeza da nação. Com fé, venceremos essa partida juntos", é o texto dito pelos atletas.
Embora alguns clubes já tenham sinalizado a intenção de voltar aos treinos, nenhum campeonato estadual tem data para ser reiniciado. Nesta segunda (4), reunião com dirigentes e a FPF (Federação Paulista de Futebol) determinou que todos os times de São Paulo reiniciarão suas atividades na mesma data, apenas quando houver sinal verde da secretaria estadual de saúde.
A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada o requerimento de urgência do projeto de lei. Com isso, ele pode ser votado pelo plenário sem a necessidade de passar por qualquer comissão. A entrada na pauta depende agora do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Se for aprovado, o projeto será encaminhado para nova votação, no Senado, antes de ir para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Assim que foi divulgado o texto elaborado por Arthur Oliveira, os jogadores começaram a fazer um abaixo-assinado virtual contra o projeto.
Vários clubes do país já anunciaram medidas de impacto financeiro, como demissões, suspensão de contratos e cortes de salários de jogadores, membros da comissão técnica e outros funcionários.
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