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Após debandada, Superliga europeia anuncia que vai 'remodelar projeto'

Na prática, está suspenso o plano multibilionário estabelecido por 12 clubes

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São Paulo

Derretida após a desistência de ao menos oito clubes, a Superliga europeia anunciou na noite de terça-feira (20) que vai “reconsiderar os passos apropriados para remodelar o projeto”. Na prática, no momento, está suspenso o plano multibilionário estabelecido por 12 dos times mais ricos do continente.

Já na madrugada de quarta (21) no fuso horário da Europa, a recém-formada liga teve de anunciar essa “remodelagem” após um processo de forte pressão de torcedores e dirigentes de federações, confederações e Estados nacionais. Dois dias depois da divulgação do ambicioso campeonato, apenas quatro das equipes fundadoras não haviam desistido oficialmente.

“Dadas as atuais circunstâncias, devemos reconsiderar os passos mais apropriados para remodelar o projeto, sempre tendo em mente nossos objetivos de oferecer aos torcedores a melhor experiência possível e ampliar os pagamentos de solidariedade a toda a comunidade do futebol”, diz o comunicado da Superliga.

Em um dia agitado, com vários jogadores aderindo aos protestos dos torcedores, os seis clubes ingleses envolvidos no empreendimento anunciaram sua desistência. Depois de Manchester United, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Chelsea, os italianos Milan e Inter de Milão seguiram o exemplo —as posições destes últimos foram oficializadas já nesta quarta.

No momento em que a Superliga se viu obrigada a divulgar a pausa em seus planos, só não tinham pulado do barco seus clubes espanhóis, Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid, além da italiana Juventus. Assim, foi necessário anunciar a mudança de rota em um texto que lamentava a intimidação a que foram submetidos os dirigentes.

“Apesar do anúncio da saída dos clubes ingleses, forçados a tomar essa decisão devido à pressão colocada sobre eles, estamos convencidos de que nossa proposta é totalmente alinhada à lei europeia, como foi demonstrado em uma decisão judicial concedida para proteger a Superliga de ações de terceiros”, diz o texto.

A Superliga é presidida pelo mandatário do Real Madrid, Florentino Pérez, que tem como um de seus vices o comandante da Juventus, Andrea Agnelli. Eles estão entre os incomodados com o sistema em vigor no futebol europeu e encabeçam a lista dos proponentes de uma nova agenda, porém a investida da liga recebeu duras críticas.

A principal delas os acusa de ganância. Uma liga formada por 12 dos times mais ricos do mundo mudaria a relação de forças do futebol e concentraria ainda mais o dinheiro. Os cartolas se defendem dizendo que haveria um aumento muito significativo no pagamento de solidariedade, destinado às equipes que não participariam da disputa.

“A Superliga europeia está convencida de que o futebol europeu precisa mudar. Estamos propondo uma nova competição europeia porque o sistema atual não funciona”, sustenta o comunicado do grupo, mesmo após a pausa nos planos.

“Nossa proposta mira permitir ao esporte se desenvolver enquanto gera recursos para toda a pirâmide do futebol, o que inclui auxílio para superar as dificuldades enfrentadas por toda a comunidade do futebol como resultado da pandemia”, afirma a Superliga.

A ideia de uma liga que reúna os clubes mais poderosos não parece descartada por aqueles que a defendem. Mas, diante da reação firme apresentada, com protestos dos próprios torcedores das equipes envolvidas, levar o projeto adiante neste momento se tornou inviável.

“Continuo convencido da beleza desse projeto”, disse Agnelli nesta quarta, afirmando que teria criado a melhor competição do mundo. "Mas admito ... quero dizer, não acho que esse projeto ainda esteja de pé agora."​

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