Boicote antirracismo às redes sociais ganha adesão em vários esportes

Movimento iniciado no futebol inglês reverbera entre pilotos da F1 e no tênis

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São Paulo

O boicote às redes sociais convocado por representantes do futebol inglês neste fim de semana ganha cada vez mais adesão no mundo esportivo.

A ação, que consiste em não atualizar as contas da tarde desta sexta-feira (30) até terça (4), foi anunciada no último sábado (24) pela Federação Inglesa (FA), Premier League (liga dos clubes que organiza a primeira divisão masculina), EFL (English Football League, responsável pelos torneios da 2ª à 4ª divisões masculinas), as duas principais competições femininas e outras entidades ligadas a atletas, torcedores e ONGs que lutam contra discriminação no esporte.

O protesto se dá porque clubes, federações, associações de jogadores e torcedores acreditam que plataformas como Facebook, Instagram e Twitter fazem pouco para combater o racismo.

Em fevereiro deste ano, as organizações enviaram uma carta conjunta às empresas pedindo agilidade na retirada de postagens e comentários racistas, melhores filtros para evitar esse tipo de conteúdo e maior capacidade para expulsar usuários. Também pediram que elas trabalhassem melhor com a polícia para identificar e processar responsáveis por mensagens racistas.

Neste fim de semana pode ser definido o título da Premier League, caso o Manchester City vença no sábado e o Manchester United perca do Liverpool no domingo.

Nesta sexta, os pilotos ingleses da F1 Lewis Hamilton (Mercedes), Lando Norris (McLaren) e George Russell (Williams) também anunciaram sua adesão ao boicote em meio ao GP de Portugal, o terceiro da temporada.

"Tem sido muito fácil para uma pequena parcela espalhar o ódio por trás de suas telas. Ainda que o boicote não resolva o problema do dia para a noite, precisamos pedir mudanças quando necessárias, mesmo quando parece uma missão impossível. O esporte tem o poder de nos unir. Não podemos aceitar abuso como parte do esporte", escreveu Hamilton, horas antes do horário marcado para o início do boicote.

A F1 não deixará de publicar nas redes sociais neste fim de semana, mas afirmou que apoia a ação de protesto dos seus pilotos e que está empenhada em combater o racismo online e de qualquer outra forma. "Continuamos a chamar e relatar qualquer incidente de ódio online e encorajamos nossos fãs a fazerem o mesmo."

Representantes de outros esportes populares na Inglaterra, como rúgbi, ciclismo e críquete, foram outros que aderiram, assim como a Federação Internacional de Tênis (ITF).

"O nível de abuso que os indivíduos são forçados a suportar é completamente inaceitável, e é por isso que estamos nos juntando a esse boicote e conclamando as empresas de mídia social a agirem agora para proteger os indivíduos que estão apenas fazendo seu trabalho", disse o presidente da ITF, David Haggerty.

Telão mostra com mensagem enquanto jogadores se ajoelham em protesto
Mensagem antes de jogo da Premier League diz que não há lugar para racismo - Mike Egerton - 25.abr.21/Reuters
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