Descrição de chapéu Tóquio 2020 skate

Luizinho contesta nota no skate, mas lamenta mais os deslocamentos do ombro

Brasileiro fica perto da medalha nas Olimpíadas e destaca superação após lesões

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Tóquio

Quando encerrou sua última volta na final do park nas Olimpíadas de Tóquio, nesta quinta (5), o skatista Luiz Francisco chutou o capacete e celebrou, feliz com o que havia apresentado. Restava saber a nota.

Os 83.14 anunciados na sequência não foram suficientes para colocá-lo entre os três primeiros colocados no pódio, junto com o compatriota Pedro Barros, medalhista de prata, e o australiano Keegan Palmer, campeão olímpico. O americano Cory Juneau, com 84.13, manteve o bronze.

Luizinho chuta o capacete em comemoração à sua última volta em Tóquio
Luizinho chuta o capacete em comemoração à sua última volta em Tóquio - Loic Venance/AFP

Luizinho ficou sem entender o julgamento. Não quis comparar sua volta com a de Juneau, pois na opinião dele seria muito subjetivo, mas não viu razão para ela ser inferior à avaliação de sua própria apresentação na etapa classificatória, quando terminou na liderança. "Minha última volta foi igual à da eliminatória. Até melhor, porque dei um 540º no fundo. Consegui colocar mais uma manobra e foi com uma pontuação menor. Não entendi, mas é a opinião deles e temos que respeitar", afirmou o skatista.

De acordo com o brasileiro, a expectativa entre os próprios skatistas era a de que ele chegasse ao pódio. "Posso até ver o vídeo depois e mudar de opinião, mas a primeira impressão é que seria maior [a nota]."

O atleta de 21 anos, natural de Lorena (SP), disse que apesar da discordância não ficou frustrado e que gostou muito de ter feito parte da estreia do skate nos Jogos. Pôde inclusive encontrar o astro esloveno Luka Doncic, da NBA, na Vila Olímpica. "A principal missão conseguimos fazer, que era mostrar para as pessoas o quanto a gente ama skate e o quanto isso não é só uma rivalidade, só uma medalha", afirmou, adotando discurso que tem sido a tônica dos skatistas em Tóquio.

Luizinho não tem dúvidas de que quer estar em Paris-2024, mas a prioridade agora é solucionar problemas físicos. "Estou realmente mal. Uma hora opera isso, outra hora opera aquilo. Continuei me machucando nesta semana. Desloquei meu ombro três vezes, andei todo amarrado e foi uma superação ter chegado à final. Cheguei aqui como um dos favoritos, mas minha condição física não me deixou buscar mais."

Devido a uma cirurgia no ombro, ele ficou sem poder andar de skate no segundo semestre de 2020.

Com uma mistura de emoções, Luizinho ficou feliz por ter completado bem a última volta e depois chorou com membros da comissão técnica. "Nem pensei no resultado. Na hora em que eu subi [da pista], fui abraçar todos os moleques e não olhei para o telão. Acho que eu deveria ter ido falar com minha mãe ali, mas nem isso eu fiz", disse, em referência às imagens de amigos e familiares exibidas aos competidores.

O capacete que voou alto com seu chute foi recolhido por um funcionário com o qual os brasileiros fizeram amizade. Luizinho deixou de presente para ele. Pedro Quintas, 19, o outro brasileiro na disputa, foi à final na terceira colocação, mas caiu nas três voltas na etapa decisiva e terminou em oitavo.

"Claro que quero ganhar o campeonato, não quero ficar ali na mediocridade. Mas dei meu 100% e todo mundo deu seu 100%. Se você ficou em primeiro ou em último, mas se superou, se teve a gana e saiu feliz, é o que importa no fim das contas", disse. "Foi um momento mágico. Agora é chegar em 2024 com tudo."

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