Conheça os brasileiros que disputarão os Jogos de Inverno de Pequim

País tem delegação de dez atletas em cinco esportes e aposta principalmente no skeleton

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São Paulo

O Brasil terá uma delegação de dez atletas nos Jogos de Inverno de Pequim-2022.

O total de nomes convocados pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) chega a 11, mas um dos cinco integrantes da equipe de bobsled​ foi inscrito como reserva. Por isso a conta oficial é de dez brasileiros nas Olimpíadas chinesas, número inferior ao recorde de 13 representantes na edição de Sochi-2014.

O país terá atletas em cinco esportes: esqui cross-country, esqui estilo livre, esqui alpino, bobsled e skeleton.

A principal aposta da delegação é em um esporte estreante para o Brasil, o skeleton. Nos últimos meses, Nicole Silveira conquistou resultados relevantes, como o título da Copa América, o oitavo lugar no evento-teste dos Jogos e a nona colocação em uma etapa de Copa do Mundo.

A meta da gaúcha para Pequim-2022 é figurar no top 10, resultado que seria histórico. O melhor desempenho do país nos Jogos de Inverno foi o nono lugar de Isabel Clark no snowboard cross, em 2006. Ela se aposentou após a edição de 2018.

Nicole e os esquiadores Manex Silva, Eduarda Ribera e Sabrina Cass são estreantes nos Jogos.​

As Olimpíadas de Pequim têm a cerimônia de abertura marcada para 4 de fevereiro e vão até o dia 20.

Conheça a delegação brasileira

Skeleton

Nicole Silveira, 27, teve rápida ascensão no skeleton desde 2018, quando começou a praticar a modalidade. Antes disso, ela, que também é enfermeira, tinha uma trajetória de apenas uma temporada no bobsled. Moradora do Canadá desde os sete anos, a gaúcha já praticou dança, ginástica artística, vôlei, futebol, fisiculturismo e levantamento de peso antes de se encontrar nas pistas de gelo.

No skeleton, o objetivo é percorrer um percurso com curvas fechadas e velozes no menor tempo possível. O trenó, que pode chegar a 140 km/h, lembra um carrinho de rolimã com lâminas, sobre o qual o atleta se lança de bruços.

Será a primeira participação do Brasil nesse esporte em uma edição dos Jogos.

Quando compete: o skeleton feminino será disputado nos dias 11 e 12 de fevereiro.

Bobsled

O Brasil participará pela quinta vez (também esteve em 2002, 2006, 2014 e 2018) do esporte que, assim como o skeleton, consiste em descer pistas de gelo num trenó em alta velocidade. Nesse caso, um treno de porte maior. O país disputará duas modalidades, 2-man e 4-man.

Edson Bindilatti esteve nas quatro edições anteriores. Ele é o piloto do trenó e estará presente tanto na dupla, com Edson Martins, 32, como no quarteto, ao lado também de Rafael Souza, 25, e Erick Vianna, 28. Jefferson Sabino, 39, que disputou os Jogos de Pequim em 2008 no salto triplo, viaja como reserva.

A equipe brasileira precisou superar recentemente a perda de Odirlei Pessoni, que disputou o bobsled em Sochi-2014 e PyeongChang-2018. Pessoni morreu em um acidente de moto em março de 2021. Durante as etapas de classificação para os Jogos, uma foto dele foi levada pelos colegas no capacete e no trenó.

"Quando a gente começou, não sabia muito o que fazer, tivemos muito suporte de outros times, de treinadores estrangeiros. Hoje, chegamos muito mais maduros. A expectativa é chegar à final. São 28 times no 4-man e 30 no 2-man. Nós queremos estar entre os 20 melhores", disse Bindilatti.

O baiano de 42 anos, que da mesma forma que os companheiros começou no atletismo, afirmou que esta será a sua última participação olímpica como atleta.

Quando competem: a dupla compete nos dias 14 e 15 de fevereiro, e o quarteto, nos dias 18 e 20.

Esqui cross-country

A mineira Jaqueline Mourão, 46, participará de nada menos do que a sua oitava edição de Jogos Olímpicos, a quinta de inverno (após 2006, 2010, 2014 e 2018), que se soma a três no ciclismo mountain bike (2004, 2008 e 2020). Ela ficará isolada com o recorde brasileiro de participações no megaevento, superando as sete de Robert Scheidt, Formiga e Rodrigo Pessoa.

A veterana competirá no esqui cross-country, modalidade com provas de velocidade e resistência em distâncias variadas.

A segunda esquiadora do país seria Bruna Moura, 27, que teve Jaqueline como sua mentora tanto no ciclismo como no esqui. Mas Bruna sofreu um acidente automobilístico uma semana antes do início dos Jogos e teve que ser substituída por Eduarda Ribera, 17.

Os esquiadores posam para foto com roupas de frio
Jaqueline Mourão, Manex Silva e Eduarda Ribera; trio brasileiro do esqui cross-country em Pequim - Alexandre Castello Branco/COB

Integrante mais nova da delegação, a paulista esteve Jogos Olímpicos da Juventude de Lausanne-2020 e começou a praticar o esporte por causa do irmão, Cristian Ribera, vice-campeão mundial de para esqui cross-country e candidato a uma medalha inédita nas Paralimpíadas de Pequim.

Tanto Duda como Jaqueline competirão em três provas: 10 km clássico, velocidade livre e velocidade por equipes clássico, na qual formarão uma dupla.

Também estreante nos Jogos é o hispano-brasileiro Manex Silva, 19, classificado para todas as provas individuais. Nascido no Acre, ele tem pai espanhol e mãe brasileira e vive na Europa desde a infância. Conheceu o esqui por morar perto dos Pirineus e obteve apoio para competir pelo Brasil. Manex participou dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude em 2020 e foi o melhor sul-americano.

Quando competem: em vários dias de 6 a 19 de fevereiro.

Esqui estilo livre

Outra jovem estreante nas Olimpíadas será Sabrina Cass, 19. Ela é filha de mãe brasileira e nasceu em New Haven (Connecticut), nos Estados Unidos. Cresceu esquiando em Park City (sede dos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002) e foi campeã mundial juvenil em 2019, como representante dos EUA. Passou a defender o Brasil há cerca de seis meses.

Esquiadora faz manobra na neve
Sabrina Cass em ação na etapa da Copa do Mundo de esqui em Park City, Utah - Ezra Shaw - 14.jan.22/AFP

"Quando estava no time americano, sentia que estava esquiando mais por outras pessoas do que por mim", afirmou Sabrina ao Olympics.com. "Foi uma decisão difícil, mas que eu estou muito feliz de ter tomado."

Sua prova é o moguls (descida da montanha com ondulações, na qual a atleta faz acrobacias), considerada uma das mais nobres do esqui e na qual o Brasil fará sua estreia nos Jogos.

Quando compete: Sabrina estreia antes mesmo da cerimônia de abertura, no dia 3 fevereiro; as finais do moguls serão no dia 6.

Esqui alpino

O cearense Michel Macedo se mudou aos três anos com a família para os Estados Unidos e começou a treinar e competir cedo no esqui. Aos 18 anos anos, precisava escolher um país para representar e optou pelo Brasil.

Sua estreia nas Olimpíadas foi em 2018, mas ele não conseguiu terminar a prova por causa de uma lesão. Voltará aos Jogos mais experiente, aos 23, em busca de um bom resultado.

No esqui alpino, os atletas descem pistas deslizando por um percurso com curvas e saltos. Eles fazem passagens obrigatórias entre marcações, chamadas de portas, que sinalizam mudanças de direção. Michel compete nas provas de slalom e slalom gigante, que fazem parte dos chamados eventos técnicos.

Quando compete: as provas de Michel serão nos dias 13 e 16 de fevereiro.

Michel Macedo em ação na neve, passando perto de uma porta
Michel Macedo em competição de esqui alpino - Fabrice Coffrini - 19.fev.21/AFP
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