Com seleção envelhecida, México vai à Copa para acabar com maldição das oitavas

Seleção caiu no primeiro jogo do mata-mata nos últimos sete mundiais

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São Paulo

Se retrospecto vale alguma coisa no futebol, é seguro afirmar que o México não será eliminado na fase de grupos da Copa do Mundo no Qatar. Mas não passará das oitavas de final.

Foi o que aconteceu nos últimos sete torneios. A equipe sempre caiu no primeiro jogo do mata-mata. Em algumas ocasiões nos pênaltis (1994, contra a Bulgária), em outras quando a vitória parecia inevitável (2014, diante da Holanda), ao entrar em campo como favorito (2002, Estados Unidos) e zebra (2006 e 2010 para a Argentina e 2018 para o Brasil).

Torcedores mexicanos celebram com os jogadores gol marcado por Hirving Lozano em amistoso contra o Peru
Torcedores mexicanos celebram com os jogadores gol marcado por Hirving Lozano em amistoso contra o Peru - Robyn Beck-24.set.22/AFP

Não por acaso a frase "jogamos como nunca, perdemos como sempre" se tornou um chavão sobre o México em Mundiais.

Isso não impediu a seleção de ter momentos memoráveis. Como a vitória sobre a Alemanha na estreia há quatro anos, na Rússia. Ou o dramático empate diante da Holanda, que garantiu a classificação em 1998.

Apenas quando sediou a competição o México foi mais longe do que isso. Em 1970 e 1986 chegou às quartas de final. Na primeira vez, caiu diante da Itália. Depois, para a então Alemanha Ocidental.

A sequência de classificações e quedas nas oitavas poderia ser ainda mais longa. A federação nacional foi suspensa pela Fifa por fraudar documentação de jogadores na base e impedida de disputar as eliminatórias para a Copa de 1990.

No Qatar, o México chega com elenco experiente. Terá dois jogadores que vão disputar o Mundial pela quinta vez: o goleiro Guillermo Ochoa, 37, e o lateral Andrés Guardado, 36.

As defesas de Ochoa foram responsáveis pelo empate em 0 a 0 com o Brasil na fase de grupos em 2014.

O técnico será o argentino Gerardo "Tata" Martino que, apesar da experiência do grupo, pouco fez para esconder seu descontentamento com os dirigentes do país. Segundo ele, não foram realizados amistosos contra adversários de diferentes escolas de futebol para que pudesse testar sua equipe antes da viagem ao Qatar.

"A medida que nos coloquem partidas dentro da zona [da Concacaf, a federação do Caribe e da América Central e do Norte], sinto que as outras seleções continuam crescendo e nós, não. As demais crescem, dizemos isso permanentemente, mas nós chegamos a um nível em que necessitamos jogar contra Holanda, Japão, Argélia, Gales", disse, em entrevista ao canal TUDN.

O México não vence um torneio desde a Copa Ouro de 2019, o mais longo jejum da seleção em 15 anos.

Martino ainda tem dúvidas na montagem da escalação titular. Se a dupla de volantes parece estar definida com Héctor Herrera (do Houston Dynamo-EUA) e Edson Álvarez (Ajax-HOL), há algumas possibilidades para a peça mais ofensiva do meio-campo. As opções são Erick Gutierrez (PSV-HOL) e Carlos Rodríguez (Cruz Azul-MEX).

No trio de ataque, Hirving Lozano é um dos responsáveis pela grande campanha do Napoli no atual Campeonato Italiano e Jesús Corona (Sevilla-ESP) é outro nome certo na ponta, O treinador ainda não mostrou ter resolvido quem vai atuar pelo centro do ataque. O favorito parecia ser Raúl Jiménez (Wolverhampton-ING), mas desde que sofreu fratura no crânio, em 2020, ele não consegue mostrar o mesmo futebol. Uma das alternativas é o argentino naturalizado mexicano Rogelio Funes Mori (Monterrey).

O México está no Grupo C e faz a estreia contra a Polônia, em 22 de novembro. Argentina e Arábia Saudita também estão na chave.

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