Equador faz abertura da Copa, e treinador tem sonhos de grandeza

Gustavo Alfaro fala em vencer o torneio e se apoia no talento de jovem volante

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São Paulo

O argentino Gustavo Alfaro, 60, não é nada modesto sobre as chances da seleção do Equador na Copa do Mundo: vencer.

"Eu digo aos meus jogadores que não vou competir. Vou ganhar. Como diria [o uruguaio] Obdulio Varela: cumprimos se ganhamos", disse o treinador em entrevista ao site da Fifa.

Byron Castillo, do Equador, disputa bola com Nicolás Gonzalez, da Argentina, pelas eliminatórias
Byron Castillo, do Equador, disputa bola com Nicolás Gonzalez, da Argentina, pelas eliminatórias - Jose Jacome-29.mar.22/Reuters

O Mundial pode reservar surpresas sempre. Na Rússia, em 2018, a Croácia foi finalista. A Turquia chegou à terceira posição em 2002. Mas um eventual título equatoriano seria a maior zebra da história da competição. Ainda mais para uma equipe que vai participar do torneio pela quarta vez e nunca foi além das oitavas de final. Isso aconteceu em 2006.

O discurso de Alfaro soa mais como um chamamento às armas aos atletas. Ainda mais porque, nos meses que antecedem a viagem ao Qatar, os planos do treinador começaram a ser atrapalhados por lesões.

O meia-atacante Joao Rojas, ex-São Paulo, sofreu lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo. O zagueiro Arboleda, do clube do Morumbi, fraturou o tornozelo esquerdo e o atacante Ayrton Preciado passou por cirurgia por causa de uma fissura na tíbia.

"Já disse a todos eles que os espero até o último dia", afirmou o argentino.

O sonho de título não parece provável também porque nas eliminatórias o Equador ficou com a última vaga da América do Sul. Terminou no quarto lugar. Em quinto, o Peru disputou repescagem com a Austrália e perdeu. Na Copa América do ano passado, conseguiu chegar às quartas de final contra a Argentina e acabou derrotado.

Trata-se de uma mudança de perspectiva porque Alfaro rasgou elogios a Tite e chegou a dizer que o técnico da seleção brasileira merece o título mundial. Algo que não pegou bem não só no Equador, mas também no seu país natal.

O Equador tem jogadores talentosos como Moisés Caicedo. O volante de 20 anos é uma das surpresas da atual temporada na Premier League pelo Brighton e tem sido especulado em grandes clubes da Europa na próxima janela de transferências.

"A capacidade física e técnica que ele [Caicedo] tem é algo impressionante. É um menino que tem futuro enorme", elogiou o técnico Graham Potter, que era do Brighton e hoje dirige o Chelsea.

Com a mesma idade de Caicedo, o Equador tem o zagueiro e lateral esquerdo Piero Hincapié, do Bayer Leverkusen. No ataque, a referência ainda é Enner Valencia, 34, remanescente da campanha na Copa do Mundo do Brasil, em 2014. Com 34 gols, é o maior artilheiro da história de uma seleção que passou a ter protagonismo neste século.

A primeira participação do país na competição aconteceu apenas em 2002.

A equipe teve de superar também a polêmica envolvendo o defensor Byron Castillo. O Chile entrou com recurso na Fifa pedindo a vaga do Equador na Copa sob a alegação de que o jogador, na verdade, é colombiano. A entidade negou o pedido e o caso foi para o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). A pouco mais de um mês do início do torneio, uma mudança agora não é vista pelos dirigentes como algo provável.

"Nós precisamos ter uma dimensão exata do que somos e do que ser. Na minha cabeça, não há outra coisa que não seja o Mundial. Não há nada mais importante do que isso porque lutei toda a minha vida para ter esta oportunidade", afirma Alfaro.

Com o Equador, ele manteve o mesmo padrão tático que apresentou em outros times que dirigiu, como Boca Juniors e Huracán, na Argentina: uma variação entre o 4-4-2 e 4-2-3-1. Nas eliminatórias, em alguns poucos momentos lançou mão de uma linha com três zagueiros.

O Equador vai fazer a a abertura da Copa do Mundo contra o Qatar, em 20 de novembro. Além disso, pelo Grupo A, também vai enfrentar Senegal e Holanda.

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