Descrição de chapéu Copa do Brasil

Primeira final entre Corinthians e Flamengo foi ofuscada por eleição no Parque São Jorge

Nesta quarta (12), as duas equipes começam a definir o título da Copa do Brasil, em Itaquera

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São Paulo

Em de 27 de janeiro de 1991, um domingo, os corintianos tiveram dois bons motivos para sair de casa. No estádio do Morumbi, a equipe alvinegra disputaria a final da Supercopa do Brasil contra o Flamengo. Já no Parque São Jorge, os associados do clube iriam votar para escolher o seu 29º presidente. Curiosamente, o segundo evento atraiu mais público.

Naquela ano, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organizava apenas pela segunda vez o confronto do campeão do Campeonato Brasileiro, à época o Corinthians, contra o vencedor da Copa do Brasil, o Flamengo. Sem um bom trabalho de divulgação, o duelo não suscitou tanto interesse quanto poderia ao opor as duas maiores torcidas do país.

Apenas 2.706 torcedores pagantes presenciaram o gol marcado por Neto, aos 25 minutos da etapa inicial, que deu ao Corinthians o título na única decisão disputada entre alvinegros e rubro-negros até hoje —nem o próprio camisa 10 lembrava deste gol.

Jogadores do Corinthians com a taça da Supercopa do Brasil de 1991
Jogadores do Corinthians com a taça da Supercopa do Brasil de 1991 - Fernando Santos 27.jan.91/Folhapress

Já o Parque São Jorge teve um dia mais movimentado, pelo menos, em termos de público. Na eleição que levou Marlene Matheus (1936-2019) ao cargo de presidente do clube, 5.318 associados foram votar, quase o dobro de pessoas que compareceram ao Morumbi, onde a Supercopa foi disputada.

Então com 54 anos, ela recebeu 2.119 votos, contra 1.250 de Antoine Gebran, 1.073 de Damião Garcia, 918 de José Borbolla e 311 de Edgard Soares. Foram computados, também, três votos em branco e sete nulos.

Desta vez, dificilmente um fato político nos dois clubes ofuscaria a final da Copa do Brasil de 2022. Para a partida de ida, por exemplo, o Corinthians anunciou que estão esgotadas as entradas para a Neo Química Arena, em Itaquera. São esperados 45 mil torcedores nesta quarta-feira (12), às 21h45. Na partida de volta, no dia 19, a expectativa é de o Maracanã também ter casa cheia.

Tem sido assim nos recentes encontros entre os dois clubes, como foi em agosto, em dois duelos válidos pelas quartas de final da Libertadores. Na ocasião, 45.159 pagantes estiveram em Itaquera no jogo de ida, quando os cariocas venceram por 2 a 0. E 68.418 foram ao Maracanã, onde o time da casa voltou a vencer, desta vez, por 1 a 0.

A disputa pelo torneio continental ampliou a vantagem dos flamenguistas em duelos de mata-mata contra os corintianos. Ao todo, foram oito disputas eliminatórias entre os clubes (sete em ida e volta, além de um em partida única). O Flamengo venceu cinco, contra três triunfos do Corinthians.

O time carioca também vive um momento atual mais favorável do que os paulistas. Além de disputar o troféu do mata-mata nacional, o elenco comandado por Dorival Júnior está na final da Copa Libertadores. A final, em jogo único contra o Athletico Paranaense, será no dia 29 de outubro, no Equador.

Curiosamente, foi justamente após o Flamengo eliminar o Corinthians da competição continental que os comandados do técnico Vitor Pereira começaram a jogar o futebol que levou o time para a final da Copa do Brasil. Sem a disputa de três campeonatos simultaneamente, o treinador português passou a ter mais tempo de impor seu estilo.

Nas quartas de final e na semifinal, por exemplo, isso ficou evidente. Primeiro, a equipe conseguiu reverter a vantagem que o Atlético-GO havia construído no jogo de ida das quartas, quando venceu por 2 a 0. Em Itaquera, os donos da casa ganharam por 4 a 1. Na semi, depois do empate por 2 a 2 com o Fluminense no Rio, os corintianos ganharam na volta por 3 a 0.

O Flamengo teve mais facilidade para chegar à final. Nas quartas, teve uma vitória e um empate contra o Athletico Paranaense. Já na semifinal eliminou o São Paulo com duas vitórias.

Para Vitor Pereira, o time alvinegro precisa fazer valer o fator casa no jogo de ida para ter mais chances de ficar com o título. "Temos que fazer um jogo no melhor nível em casa. Jogar em Itaquera diante da nossa torcida não é fácil. Orçamento, elenco... Provavelmente eles terão algum favoritismo, mas final é final."

Do outro lado, Dorival Júnior rechaça reconhecer o seu time como favorito. "De forma alguma", disse. "É um novo momento e uma nova situação."

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