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Plano B de Tite, Rodrygo dá dinâmica a ataque do Brasil e muda jogo contra Suíça

Jogador tem perfil parecido com Neymar e traz de bônus entrosamento com Vinícius e Casemiro

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São Paulo

A ausência de Neymar provocou duas mudanças simultâneas com apenas uma substituição de fato no ataque da seleção brasileira. As opções não funcionaram como na prancheta, e o técnico Tite precisou mexer no time para garantir a vitória por 1 a 0 sobre a Suíça nesta segunda-feira (28), pela fase de grupos da Copa do Mundo de 2022.

Sem o camisa 10, lesionado, Lucas Paquetá foi deslocado para preencher o espaço vago na esquerda do ataque, com mais liberdade para criar. Na estreia contra a Sérvia (2 a 0), ele havia atuado também como um armador, mas caindo um pouco mais para a direita e recompondo a marcação ao lado de Casemiro nos momentos defensivos.

Militão está de costas e toca as mãos de Casemiro, que sorri; Marquinhos abraça Militão
Militão, Casemiro e Marquinhos comemoram vitória do Brasil sobre a Suíça por 1x0 nesta segunda (28) - Gabriela Biló /Folhapress

O escolhido para essa função foi Fred, um volante de ofício. Mesmo repetindo o esquema tático, porém, a seleção teve mais dificuldade para gerar situações de gol contra os suíços –ainda que também tenha ido para o vestiário com o placar zerado diante dos sérvios na primeira rodada.

Bem posicionada na defesa e sem Neymar exigindo marcação individual reforçada, a Suíça conseguiu se fechar e neutralizar a principal válvula de escape do Brasil, pela ponta esquerda, com Vinícius Júnior. Mesmo assim, foi por ali que saiu a melhor jogada da seleção no primeiro tempo, em bola invertida da direita por Raphinha.

As duas mudanças na formação foram desfeitas cedo. Já no intervalo, Tite sacou Paquetá e apostou em Rodrygo, um atacante com características ofensivas e individualmente mais parecidas às de Neymar. E que traz como bônus um maior entrosamento com Vinícius e Casemiro, com quem se acostumou a jogar no Real Madrid –o atacante segue no clube, e o volante saiu em agosto, rumo ao Manchester United.

"Foi uma opção tática, e às vezes o jogo te pede algumas coisas. Temos que ter a capacidade de ler o jogo, um jogo muito difícil. O Paquetá estava em condições normais, ou não usaríamos. O jogo pediu uma outra possibilidade, aí a entrada do Rodrygo", disse Tite.

A entrada de Rodrygo melhorou a dinâmica do ataque brasileiro. Por ele passou a bola que Vinícius mandou para a rede aos 18 minutos do segundo tempo, após passe de Casemiro, em lance anulado por impedimento de Richarlison.

A essa altura, o treinador também já havia colocado Bruno Guimarães no lugar de Fred, aos 13 minutos da etapa complementar.

Fred atuou pela direita, dando mais equilíbrio ao Brasil em relação a Paquetá no jogo inaugural. Apesar do posicionamento adiantado, mais como meia e menos como volante, não conseguiu aparecer como um construtor de jogadas ofensivas.

Já Guimarães se posicionou quase sempre recuado, buscando a bola na defesa e formando uma primeira linha no meio, mais próximo a Casemiro. Com isso, dava mais liberdade para o camisa 5 se aproximar dos dois ex-colegas de clube.

Foi por ali, como um elemento surpresa, que Casemiro apareceu livre na área para receber passe de Rodrygo e marcar o gol da vitória brasileira, aos 38 minutos da etapa final.

"Jogamos muito tempo juntos. Casemiro passou muita experiência para a gente. Pouco antes, falei para ele deixar passar a bola, e aí ele ficou livre. É uma jogada que fazemos há muito tempo e felizmente hoje deu certo na seleção", disse Rodrygo.

A outra mudança na formação inicial do Brasil em relação à estreia, também por motivo de lesão, foi a entrada de Éder Militão no lugar do lateral-direito Danilo.

Zagueiro de origem, o substituto já havia atuado outras vezes na carreira improvisado pela direita e basicamente ocupou os mesmos espaços do titular em relação à estreia contra a Sérvia.

Por ter características mais defensivas, Militão recompunha mais a defesa com os zagueiros Thiago Silva e Marquinhos, deixando Alex Sandro mais solto para avançar pelo lado oposto no apoio a Vinícius Júnior.

Mesmo sem Neymar, a seleção atacou proporcionalmente mais pela esquerda. Foram 179 ações ofensivas por aquele lado (47%), contra 117 pela direita (31%).

Na primeira rodada, haviam sido 183 (44%) e 140 (34%), respectivamente.

No geral, o Brasil sofreu mais com a marcação suíça e com a própria falta de criatividade no ataque. Finalizou ao todo 13 vezes na partida, cinco delas no alvo. Contra a Sérvia, havia dado 22 chutes e acertado nove.

Na defesa, o Brasil teve mais uma atuação bastante sólida. Assim como na estreia, não permitiu que o adversário finalizasse nenhuma vez na direção do goleiro Alisson.

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