Descrição de chapéu F1

Verstappen vence em Interlagos e estabelece maior dominância na história da F1

Holandês chega a 17ª vitória no ano; Alonso supera Pérez com chegada emocionante

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São Paulo

O autódromo de Interlagos foi, neste domingo (5), o palco em que Max Verstappen, 26, quebrou um recorde que durava havia mais de 70 anos na F1. Ao vencer o GP de São Paulo praticamente de ponta a ponta, o piloto holandês assegurou a maior dominância quem alguém já obteve em uma mesma temporada da categoria.

Restando ainda mais duas etapas para o fim do calendário 2023, o tricampeão alcançou um percentual de vitórias de 85%, com 17 triunfos em 20 etapas disputadas.

Ainda que não seja ele a subir ao lugar mais alto do pódio em Las Vegas e Abu Dhabi, o piloto da Red Bull terminará o ano com 77% de aproveitamento.

Desde 1952, quando o italiano Alberto Ascari venceu seis das oito etapas daquele ano e foi campeão com 75% de aproveitamento, a F1 não tinha um domínio tão grande.

Max Verstappen larga bem, mantém a dianteira e vence em Interlagos de ponta a ponta
Max Verstappen larga bem, mantém a dianteira e vence em Interlagos de ponta a ponta - Eduardo Knapp/Folhapress

Michael Schumacher foi o único que chegou perto disso, também de Ferrari, em 2004, quando teve 72,2%, com 13 vitórias em 18 corridas, mas nem ele superou Ascari como fez Verstappen.

Se a marca do italiano resistiu por mais de sete décadas, o recorde do holandês promete ser ainda mais difícil de ser alcançado, sobretudo, pela sintonia do piloto com seu carro.

Além da Red Bull ter hoje um composto amplamente superior aos demais carros do grid, o tricampeão é o único que consegue extrair o máximo do veículo, algo que o mexicano Sergio Pérez não tem sido capaz de fazer.

Justamente por isso é grande o favoritismo do dono do carro número 1 para vencer as duas últimas etapas do ano com a mesma facilidade com a qual ganhou em Interlagos. Caso consiga isso, terminará o ano com 86% de aproveitamento, além de subir mais uma posição no ranking de vitórias da F1.

Atualmente, o tricampeão tem 52 triunfos, um a menos do que o alemão Sebastian Vettel, o terceiro maior vencedor da categoria, atrás de Schumacher (91) e Hamilton (103).

Diante de um público de 267 mil torcedores —número que considera os três dias de evento de acordo com a organização—, o holandês passeou na pista enquanto uma corrida acidentada se desenrolava atrás dele desde o começo.

Para Max, escapar ileso da largada tem sido o único momento de tensão. "Depois, é simplesmente cuidar dos pneus", disse ele após a corrida.

Charles Leclerc, porém, não pode dizer o mesmo, afinal ele nem conseguiu alinhar no grid e bateu logo na volta de apresentação. A Ferrari do monegasco teve um problema hidráulico, ele perdeu o controle e bateu na proteção de pneus, para frustração de boa parte da torcida em Interlagos. Ao lado de Lewis Hamilton, o ferrarista era o mais ovacionado pelos fãs no autódromo.

"Eu perdi o volante e passei reto, praticamente", resumiu o piloto, que largaria na segunda posição.

Sem ele, 19 carros largaram, mas somente 15 completaram a volta de abertura livres de incidentes. Antes da primeira curva, Kevin Magnussem, da Haas, e Alexander Albon, da Williams, bateram.

Alguns destroços que sobraram do choque entre a Haas e a Williams acertaram os carros de Oscar Piastri, da McLaren, e Daniel Ricciardo, da AlphaTauri. Com a bandeira vermelha que paralisou a prova logo depois da largada, a dupla conseguiu voltar para a disputa após reparos nos boxes.

Alheio a qualquer confusão, Verstappen repetiu na retomada o que já havia feito no começo da corrida. Em pouco tempo, o holandês se descolou do pelotão e passou a correr contra o vento. "O carro estava bom, eu consegui abrir em relação ao Lando, depois fiquei muito forte."

Nem a McLaren de Lando Norris conseguiu ameaçar o carro da Red Bull, ainda que o inglês, novamente, tenha feito uma boa corrida. Ele completou o pódio em segundo, com Fernando Alonso, da Aston Martin, em terceiro.

O espanhol garantiu o terceiro lugar com uma das chegadas mais acirradas da temporadas, disputando a posição com Sergio Perez, da Red Bull, até a linha final.

No fim, eles cruzaram a linha de chegada separados por 0,053 milésimos. "Foi um resultado incrível para a equipe, sofremos nas últimas duas corridas, então o pódio hoje é para todos na fábrica", dedicou Alonso.

Na briga pelo vice-campeonato, o mexicano pelo menos conseguiu terminar a corrida à frente do inglês Lewis Hamilton, apenas o oitavo colocado neste domingo.

O heptacampeão, que havia largado em quinto, sofreu com o desempenho dos pneus de sua Mercedes, e não teve condições de brigar por uma posição melhor.

Logo depois da corrida, um diálogo entre ele e Toto Wolf, chefe da escuderia, resumiu bem o que tem sido a temporada deles.

"Lewis, foi horrível para todos nós. O carro não pode ficar assim de uma corrida para outra, precisamos descobrir o que deu errado. Obrigado por sobreviver a isso", disse Wolf, enquanto Hamilton tentava achar algo de positivo no fim de semana.

"Não foi o resultado que queríamos, mas ainda assim fizemos um ótimo trabalho durante o fim de semana, com bons pit stops", respondeu o piloto, que tem chances matemáticas de lutar pelo vice-campeonato. Ele soma atualmente 226 pontos contra 258 de Pérez.

Já com o título assegurado, Max Verstappen chegou neste fim de semana a 524 pontos somados, mais do que Hamilton e Pérez juntos.

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