Centenas de pessoas aguardam desde a madrugada desta terça (20) em diferentes pontos de Buenos Aires o desfile que começa ao meio-dia, com Lionel Messi e o resto da seleção campeã do mundo de futebol, para comemorar a conquista da terceira estrela alviceleste.
Os campeões passaram a noite nas instalações da Associação Argentina de Futebol, perto do aeroporto internacional de Ezeiza, depois de aterrissarem às 02h40 (hora de Buenos Aires).
Lá eles tiveram uma prévia do que se espera ser um grande desfile de recepção aos campeões da Copa no Qatar.
Desde a madrugada, centenas de pessoas se aglomeraram ao longo do percurso que a seleção fará pela cidade, principalmente no Obelisco, ao redor do qual não paravam de chegar torcedores vestidos com camisas nas cores azul-claro e branco.
O governo argentino decretou feriado nacional nesta terça para facilitar a participação das pessoas na grande festa.
"Bom dia", escreveu o capitão Messi em um post em suas redes sociais. Ele estava em sua cama no complexo da AFA (Associação de Futebol Argentino), dormindo abraçado à Copa como uma criança com seu brinquedo mais precioso.
Operação de segurança
"A equipe de campeões mundiais partirá na terça-feira ao meio-dia para o Obelisco para comemorar o título mundial com os fãs. Sim, somos campeões mundiais!", afirmou a AFA em rede social.
Uma operação de segurança com desvios de trânsito e postos policiais foi montada para evitar excessos no percurso que os campeões farão a partir do complexo da federação de futebol, que inclui passagem por várias zonas de Buenos Aires antes de chegar ao centro da capital.
Muitos torcedores passaram horas em vigília nos diversos pontos por onde passará a caravana para ver os novos campeões mundiais.
Entre tambores, bandeiras argentinas e camisas com a estampa "10" de Messi, famílias inteiras passaram a noite tentando encontrar um lugar para ver, mesmo que brevemente, seus ídolos.
"Hoje [ontem] ficamos a noite toda e amanhã [hoje] também. Amanhã [hoje] não trabalhamos, não fazemos nada e vamos direto para o Obelisco", disse Ayrton Kerdocas, estudante de 25 anos.
Desde as primeiras horas da manhã, telões foram montados na praça de Maio, decorados com bandeiras argentinas, embora não esteja confirmado se o ônibus com os jogadores passará pelo local histórico.
Os 'muchachos' em casa
Ao amanhecer, e ao ritmo do popular "Muchachos", hino não oficial da Argentina neste Mundial, cantado pelo grupo La Mosca Tsé-Tsé , Messi deixou o avião levantando o troféu junto com o técnico Lionel Scaloni.
Recebidos com tapete vermelho na pista, os argentinos embarcaram em um ônibus conversível de dois andares até o campo de treinamento da equipe, onde pernoitaram.
Uma multidão juntou-se à beira da estrada e dificultou o avanço do veículo, que demorou uma hora e quinze minutos para percorrer os 11 quilômetros entre o aeroporto e as instalações da AFA.
Apesar de terem passado horas no avião, os jogadores participaram da comemoração pulando, dançando e cantando, enquanto revezavam o troféu entre si.
Com celulares que iluminaram a noite, os torcedores acompanharam o percurso do ônibus com bandeiras argentinas, sinalizadores e fogos de artifício.
"É uma emoção que não se explica. O coração dispara. Acho que é o único país que vive assim, com essa loucura, alegria, felicidade", disse Alejandra Díaz, 55, funcionária de uma creche.
O epicentro da festa
O Obelisco da avenida 9 de Julio, em Buenos Aires, reuniu mais de um milhão de pessoas no domingo e voltará a ser o epicentro nesta terça.
No domingo, com uma das maiores mobilizações espontâneas dos últimos tempos na cidade, não foram registradas ocorrências graves –houve 17 prisões por vandalismo e furtos.
Uma enorme procissão azul e branca veio de todos os lugares para a capital. Alguns caminharam mais de 10 quilômetros para chegar ao Obelisco, sem conseguir chegar de carro e com o transporte público suspenso.
Não está claro se a seleção argentina visitará a Casa Rosada, sede do governo, e cumprimentará os torcedores da sacada da praça de Maio, como fez nos títulos de 1978 e 1986.
A terceira estrela vem depois de 36 anos de espera em que a Argentina perdeu duas finais da Copa, em 1990 e 2014.
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