Atacante símbolo do futebol italiano, Gianluca Vialli morre de câncer aos 58 anos

Ex-jogador com passagens por Sampdoria, Juventus e Chelsea enfrentava um câncer no pâncreas

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Roma | AFP

Símbolo do futebol italiano no final dos anos 80 e 90, o ex-atacante Gianluca Vialli morreu aos 58 anos em decorrência de um câncer no pâncreas. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pela Sampdoria (ITA), um de seus ex-clubes.

Vialli, que também jogou pela Juventus (ITA) e pelo Chelsea (ING), foi diagnosticado em 2017. Na Eurocopa de 2021, atuou como auxiliar de seu ex-companheiro de Sampdoria, Roberto Mancini, levando o time italiano ao título em Wembley.

"Vamos nos lembrar de você como um menino e um centroavante implacável", escreveu a Sampdoria em seu site.

O ex-atacante Gianluca Vialli, ícone do futebol italiano nos anos 90 - Action Images via Reuters - 15.mai.2000

Transferência para a Juventus

Pela Sampdoria, Vialli foi campeão da Recopa em 1990, do campeonato italiano em 1991 e chegou à final da Copa da Europa em 1992, perdida para o Barcelona.

Depois foi transferido para a Juventus (1992-1996) pelo equivalente a 16,5 milhões de euros (cerca de R$ 92 milhões, na cotação atual) – quantia muito elevada para a época. Na sequência, venceu a Liga dos Campeões, em 1996, antes de assinar com o Chelsea (1996-1999), onde foi jogador-treinador em 1998.

Seu recorde também inclui uma Copa da UEFA, em 1993, e uma Taça das Taças, em 1998. Ele se aposentou um ano depois.

Vialli defendeu a seleção em 59 ocasiões, com 16 gols. Não conquistou nenhum título, o que conseguiu como assistente de Mancini, seu grande amigo da Sampdoria. O abraço emocionado e demorado de ambos após a cobrança de pênalti vencida contra a Inglaterra –que valeu o título da Eurocopa– foi uma das cenas da final.

Na época, Vialli já enfrentava o câncer. "Ele é um companheiro de viagem indesejável, mas tenho que seguir em frente, viajar de cabeça baixa e não desistir, torcer para que ele se canse e me deixe viver muito", disse o ex-atacante sobre sua doença em um documentário transmitido pela emissora Rai, em 2021.

O anúncio da morte de "Lucagol" ou "O Rei Leão", como era conhecido, causou uma onda de emoção no futebol italiano.

Decepção e glória em Wembley

"Adeus Gianluca, sempre nos lembraremos de você", postou o time italiano em sua conta no Twitter.

"Não vamos esquecer seus 141 gols, seus chutes, suas camisas de caxemira, seu brinco, seu cabelo loiro platinado, sua jaqueta do Ultras. Você nos deu tanto", acrescentou Sampdoria.

O melhor momento como jogador do Vialli foi vivido com Mancini. Nascidos em 1964, eles foram apelidados de "os gêmeos do gol", levando a Sampdoria ao topo no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

A equipe foi campeã da Série A em 1991 com Mancini na construção e Vialli na definição –foi o artilheiro com 19 gols.

Sua imagem de cueca permanece na memória. "Melhorei [na hora de me vestir] quando fui para Turim e Londres", disse, aos risos, em uma transmissão da Rai em novembro de 2022.

Vencedor de três Copas da Itália nesta época de ouro, o clube genovês ficou a um gol do título máximo. Em 1992, uma cobrança de falta direta lançada por Ronald Koeman deu ao Barcelona a vitória na final da Copa da Europa em Wembley.

Quase 30 anos depois, Vialli e Mancini se vingaram levantando a Eurocopa no mesmo palco.

"Havia amor, amizade, medo também... Essas lágrimas estavam cheias de muitas coisas", disse Vialli sobre o abraço que então protagonizou com seu "gêmeo".

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