São Paulo Terminou na tarde de sábado (3) a caminhada do Brasil no Mundial sub-20, disputado na Argentina. Desgastada e com desfalques, a seleção verde-amarela foi surpreendida e eliminada por Israel, que venceu por 3 a 2 no estádio de San Juan.
O placar foi definido na prorrogação, após empate por 1 a 1 nos 90 minutos iniciais. Os comandados de Ramon Menezes chegaram a passar à frente, no início do primeiro tempo extra, mas levaram a virada.
Os israelenses, que só haviam batido Japão e Uzbequistão em sua campanha na Argentina, estão nas semifinais. Jogarão por uma vaga na decisão contra o vencedor do confronto entre Estados Unidos e Uruguai, que entrarão em campo no domingo (4).
Sem o zagueiro Robert Renan e o lateral direito Arthur, suspensos, e o lateral esquerdo Kaiki, machucado, Ramon precisou mexer bastante no sistema defensivo, com improvisações nas laterais. Ele também não contava com o goleiro Mycael, outro lesionado de seu elenco.
Em San Juan, o placar permaneceu zerado até os 11 minutos da etapa final, quando Marcos Leonardo acertou um bonito chute no ângulo. Pouco depois, aos 15, Khalaili subiu com liberdade para empatar de cabeça.
No primeiro minuto da prorrogação, Matheus Nascimento concluiu boa jogada coletiva e deixou o Brasil em vantagem. Mas Shibli, dois minutos depois, aproveitou falha da defesa rival para empatar. E Turgeman, nos acréscimos do primeiro tempo extra, virou.
Sem grande organização, a formação verde-amarela buscou o ataque no período que restava. Israel ainda perdeu duas cobranças de pênalti e deixou a porta aberta, algo que não foi aproveitado pelos brasileiros, muito irritados com a arbitragem.
E cansados. A equipe atuou com um a menos durante todo o segundo tempo das oitavas de final, contra a Tunísia, já que Robert Renan foi expulso ainda no primeiro tempo. Precisando atuar 120 minutos diante de Israel, demonstraram dificuldade.
"Não podemos tirar o mérito da seleção adversária. O Brasil não fez um bom jogo. Acho que o cansaço acumulado pesou muito, principalmente nos atletas que não saíam em jogo nenhum, eu e o Andrey. Eu terminei o jogo cansado, cheio de dores", afirmou o meia Marlon Gomes.
Já o técnico Ramon, que tem atuado também como comandante interino da seleção principal, procurou passar uma mensagem positiva. "Continuo achando a mesma coisa sobre esta geração: é muito promissora, com ótimos jogadores. Não é porque perdeu o Mundial que o sentimento mudou", disse.
Especificamente sobre a derrota para Israel, Ramon lamentou que o time tenha permitido ao adversário reações muito rápidas após os gols. Não deu nem tempo de o Brasil jogar com vantagem.
"Estivemos na frente em duas oportunidades. Mas eles foram felizes", declarou, elogiando o centroavante Turgeman, que definiu o placar após uma série de dribles. "A gente sabia que o Turgeman era ótimo jogador e poderia fazer um lance como aquele."
Assim acabou uma campanha que havia começado de maneira acidentada, com uma derrota por 3 a 2 para a Itália. A equipe verde-amarela ainda conseguiu avançar com a primeira colocação do Grupo D, após vitórias sobre República Dominicana e Nigéria.
As oitavas de final foram superadas com goleada por 4 a 1 sobre a Tunísia, mas ela teve seu preço: desfalques e cansaço pela inferioridade de jogadores já no primeiro tempo.
Ramon, agora, volta a dar atenção à seleção principal. Enquanto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) alimenta a esperança de contratar o italiano Carlo Ancelotti para o posto vago de comandante, é ele quem toca o barco, de maneira provisória. Os próximos compromissos serão os amistosos contra Guiné, em 17 de junho, em Barcelona, e contra Senegal, três dias depois, em Lisboa.
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