Em decisão contra a Jamaica, Brasil tenta evitar queda que não acontece há 28 anos

Rafaelle reconhece pressão e Andressa fala em partida que representa uma final

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São Paulo

Sem margem para erro, como definiu a atacante Andressa Alves, o Brasil precisa vencer a Jamaica para evitar a decepção de ser eliminada na fase de grupos da Copa do Mundo feminina. Algo que não acontece desde 1995.

Após a empolgação da estreia com goleada por 4 a 0 sobre o Panamá, o Brasil passou a correr risco por causa da derrota por 2 a 1 para a França, no último sábado (29). Com três pontos no Grupo F, as sul-americanas foram ultrapassadas por francesas e jamaicanas, que estão com quatro.

Debinha marca o gol brasileiro contra a França, na última rodada da Copa do Mundo
Debinha marcou o gol brasileiro contra a França - Xiong Qi - 29.jul.23/Xinhua

O jogo será nesta quarta-feira (2), às 7h (de Brasília), no Melbourne Rectangular Stadium, na Austrália. A transmissão será feita por Globo, SporTV, ge e Cazé TV (YouTube e Twitch).

"O Brasil ainda é favorito contra a Jamaica. A gente depende só da gente. Não temos margem para erro e temos de fazer nosso melhor jogo na Copa", disse Andressa.

"Nós estamos sob pressão o tempo todo. Depois de uma derrota, é claro que as emoções ficam afloradas. É um sentimento ruim, mas acho que a gente tem de usar isso como motivação", afirmou a capitã Rafaelle.

No último torneio, em 2019, o time também chegou à última rodada da fase de grupos precisando de um resultado e conseguiu: derrotou a Itália por 1 a 0, com um gol de Marta, e foi às oitavas. Acabou eliminado pela França, que sediava a competição.

Apenas nos dois primeiros mundiais, em 1991 e 1995, o Brasil caiu na primeira fase. No primeiro torneio oficial organizado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), ganhou do Japão, mas perdeu para Estados Unidos e Suécia. Quatro anos mais tarde, caiu após ter sido goleado por 6 a 1 pela Alemanha e ficou na lanterna de sua chave.

Isso mudou a partir de 1999, quando a equipe chegou até as semifinais. Caiu por 2 a 0 diante dos Estados Unidos.

A seleção foi eliminada nas quartas em 2003 (derrota para a Suécia) e 2011 (Estados Unidos, nos pênaltis). Ficou nas oitavas em 2015 (Austrália) e 2019. Fez sua melhor campanha em 2007: foi à final e perdeu para a Alemanha por 2 a 0.

"Temos que jogar tudo. Será uma final, e final não se joga, final se vence. Temos de entrar com esse pensamento. Não é importante golear, é fazer os três pontos e passar de fase", disse Andressa Alves, pensando na Jamaica.

A rival terá a volta de sua melhor jogadora. Expulsa na estreia contra a França, Khadija Shaw, 26, ficou fora da vitória por 1 a 0 sobre o Panamá. Chamada também pelo apelido Bunny, ela atua pelo Manchester City, na Inglaterra, e foi eleita a jogadora do ano da Concacaf, a confederação da América Central, da América do Norte e do Caribe.

A presença da atacante de 1,82 m gera preocupação, especialmente porque o cabeceio está entre seus bons atributos. O Brasil sofreu bastante nas jogadas aéreas contra a França, que chegou a seus dois gols em cruzamentos. No lance que definiu o placar de 2 a 1, Wendie Renard cabeceou com enorme liberdade.

"Vai ser um jogo difícil e truncado. Eu joguei no Arsenal e enfrentei bastante a Bunny Shaw. Temos que ter atenção redobrada, porque ela é muito boa na bola alta. Vamos ter que ficar ligadas", afirmou Rafaelle, antes de resumir a mentalidade necessária para superar a jogadora e a Jamaica. "Não temos nada a perder, é tudo ou nada. Precisamos impor nosso futebol."

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