Tite se diz pronto para voltar e estabelece emprego na Europa como meta

Ex-treinador da seleção dá entrevista a jornal inglês e afirma que gostaria de trabalhar na Premier League

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São Paulo

Em descanso desde que a seleção brasileira foi eliminada nas quartas de final da última Copa do Mundo, em dezembro, Tite está pronto para voltar a trabalhar. Sempre procurado por clubes do Brasil, especialmente por causa de seu sucesso no Corinthians, ele estabeleceu como meta dirigir um time europeu.

Se esse time for da Premier League, a elite do Campeonato Inglês, melhor ainda. "Se houver uma boa oportunidade profissional, por que não?", disse, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, respondendo especificamente sobre uma chance na Inglaterra. "Quero um novo desafio, e um na Europa seria muito interessante para mim."

Para isso, o gaúcho de 62 anos procurou mostrar conhecimento atualizado. "Declan Rice… Ooooff!", disse, segundo a transcrição do Daily Mail. "Bom passador, grande visão", acrescentou, elogiando o reforço do Arsenal, antes de citar nominalmente Harry Kane, Bukayo Saka e Kyle Walker como alguns dos principais jogadores ingleses.

Tite, em seu último jogo à frente da seleção brasileira - Suhaib Salem - 9.dez.22/Reuters

A Europa é vista pelo técnico como o próximo passo de sua carreira, embora não pareça haver, neste momento, oportunidades em grandes clubes. Ele foi procurado em ocasiões anteriores, a partir do título mundial do Corinthians e de momentos vitoriosos à frente do Brasil, mas sua prioridade era a seleção, na qual passou seis anos.

"Eu não penso no que poderia ter sido. Soube do interesse da Europa em mim, mas nem refleti sobre isso. Estava em um grande momento com o time nacional", afirmou Tite, que comandou a equipe brasileira nas edições de 2018 e de 2022 da Copa do Mundo. Entre as duas, teve um título (2019) e um vice (2021) na Copa América.

"Até a Copa de 2018, houve grandes times europeus que vieram conversar comigo, mas eu não estava aberto a isso, estava concentrado na seleção. Eu não podia abrir mão daquilo. Na vida, você não pode simplesmente abrir mão de algo e tentar pegar de novo. Quando você tem algo, tem que se apegar, porque não sabe o que vai acontecer se abrir mão", disse.

O sonho era o título mundial, mas a caminhada, nas duas tentativas, foi interrompida nas quartas de final, diante de Bélgica e Croácia. Os períodos que antecederam as duas Copas foram considerados altamente positivos, com campanhas avassaladoras nas Eliminatórias, porém o desempenho e as escolhas feitas no grande palco renderam críticas.

"Sendo o técnico do Brasil, a pressão é muito grande. A responsabilidade é muito forte, intensa", afirmou, sem surpresa a respeito dos comentários negativos feitos a respeito de seu trabalho no Mundial no Qatar. "É uma característica de se ser técnico no Brasil. Se você não ganha, é uma tragédia."

Por isso, Tite deixou a seleção desgastado.

"Eu estava cansado. Minha energia tinha acabado, foi um longo período com a seleção nacional, um longo processo. Depois desse tempo grande, naquele momento [ao fim da Copa], senti o peso desse desgaste. Era o tempo de sair um pouco. Mas logo eu estava vendo os jogos do Boxing Day. Minha mulher começou a gritar: ‘Para, Tite, para!’", gargalhou.

Estrategicamente recordado na entrevista, o Boxing Day é a tradicional rodada de 26 de dezembro do futebol inglês, onde Tite quer trabalhar. Com a bênção da mulher Rosmari, a Rose, que já não pede para o gaúcho largar os jogos de futebol. "Três meses atrás, minha esposa me falou para voltar a trabalhar!"

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