Brasil vence Peru e conquista Copa América no Maracanã

Rodeada de dúvidas antes e depois da competição, seleção sai vitoriosa no Rio

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Rio de Janeiro

A dúvida sobre como Neymar se sairia na Copa América em meio a uma acusação de estupro deu lugar a outra pergunta antes mesmo de a bola rolar: como a seleção se viraria sem seu principal jogador, cortado por lesão. Entre altos e baixos, o time conseguiu avançar à decisão e vencer o Peru por 3 a 1, ainda rodeado de incertezas: há um dirigente de saída, um técnico que chegou à final sem assegurar que ficaria e jogadores com idade que tornam difícil sua permanência até a Copa do Mundo de 2022.

Na decisão de domingo (7), no Maracanã, essas interrogações não ficaram no caminho da taça. Observada mais uma vez pelo presidente Jair Bolsonaro, que procurou atrelar sua figura ao time nacional desde a preparação, a equipe precisou suar para triunfar pela quinta vez em cinco edições do torneio disputadas no país.

Principal responsável pela vantagem de um gol no placar, construída no primeiro tempo, Gabriel Jesus foi expulso aos 25 minutos da etapa final, após disputa por espaço no alto. Aí, os comandados de Tite se seguraram com um jogador a menos e acabaram fechando o marcador no finalzinho, em batida de pênalti de Richarlison.

Jogadores do Brasil comemoram gol contra o Peru na final da Copa América
Jogadores do Brasil comemoram gol contra o Peru na final da Copa América - Ueslei Marcelino/REUTERS

Campeão como anfitrião também em 1919, 1922, 1949 e 1989 e como visitante em 1997, 1999, 2004 e 2007, o Brasil manteve o aproveitamento total em casa e chegou à sua nona conquista sul-americana. Houve vaias pelo caminho e a necessidade de sobreviver a uma disputa de pênaltis contra o Paraguai, nas quartas de final, mas a disputa terminou com festa no Rio de Janeiro.

Finalizada a celebração, será hora de resolver algumas questões e definir o caminho para a Copa do Mundo de 2022. O diretor Edu Gaspar está de saída e terá de ser substituído. Tite, o treinador, até a véspera da decisão da Copa América, limitava-se a dizer que tinha contrato até o Mundial do Qatar, sem assegurar que o compromisso seria cumprido.

Mesmo permanecendo, o gaúcho tem decisões a tomar, especialmente no que diz respeito aos veteranos da seleção. Seu capitão Daniel Alves fez grande torneio, mas tem 36 anos e chegará à Copa com 39. Thiago Silva, um dos responsáveis por uma defesa que só tomou um gol no campeonato sul-americano, terá 38.

Há ainda a situação de Neymar, que terá de ser reintegrado a um grupo que acabou se virando na sua ausência. No domingo, ele apenas assistiu a uma apresentação na qual o Brasil encontrou mais dificuldades do que no embate com o próprio Peru na primeira fase, vencido por 5 a 0 pelos donos da casa.

Até houve semelhanças no roteiro. A seleção também sofreu com o jogo truncado no início e, mesmo assim, saiu na frente rapidamente, exatamente como ocorrera no mês passado. Aos 15 minutos, Gabriel Jesus recebeu lançamento de Daniel Alves, entortou Trauco e cruzou para Everton balançar a rede.

A equivalência com a partida de São Paulo acabou aí. Se os visitantes tinham se entregado no confronto anterior após o primeiro gol, desta vez mantiveram a calma para lutar pelo empate. Com duas linhas de quatro defensores, tentavam inibir os ataques do Brasil. O problema era acertar passes quando tinham a bola.

Embora não apertassem os visitantes em busca do segundo gol, os comandados de Tite tinham uma qualidade técnica bastante superior. Assim, conseguiram um chute com Philippe Coutinho e um cabeceio com Roberto Firmino que levaram algum perigo à meta de Gallese.

Quando o primeiro tempo se encaminhava para o fim, a equipe peruana finalmente conseguiu entrar na área brasileira tocando. O juiz viu pênalti no toque na mão de Thiago Silva e, após alguma demora, consultou o vídeo para confirmar sua marcação. Guerrero bateu, aos 44, e pareceu ter recolocado os visitantes na partida.

Durou pouco. Ainda na etapa inicial, nos acréscimos, Firmino brigou pela bola e a recuperou no campo de ataque. Arthur ficou com ela, avançou até a meia direita e deixou na entrada da área com Gabriel Jesus, que fez explodir torcida verde-amarela aos 48.

De novo, parecia que o jogo se tornaria tranquilo. No início da etapa final, Coutinho e Firmino, duas vezes, tiveram chance de matar o confronto. Não conseguiram e ficaram expostos a riscos quando o embate ficou mais nervoso. Aos 25 minutos, esses riscos cresceram quando Jesus disputou bola pelo alto, recebeu o segundo amarelo e deixou o Brasil com dez atletas em campo.

A torcida sentiu o momento difícil e passou a gritar o nome do país. Tite também percebeu a dificuldade e colocou gás novo na equipe, com Richarlison e Militão. O sofrimento acabou quando Everton invadiu a área e conseguiu pênalti. Richarlison fez a batida, aos 45, e soltou o grito de “campeão” no Maracanã.

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