Mulheres precisam convencer os homens, afirma presidente da Fifa

Gianni Infantino também disse que mulheres devem escolher "as lutas certas"

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São Paulo

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse nesta sexta-feira (18) que as mulheres podem "convencer nós, homens, sobre o que fazer". Ele também afirmou que isso pode ser feito por aquelas que "escolherem as lutas certas".

O dirigente deu essas declarações dois dias antes da final da Copa do Mundo feminina, a ser disputada neste domingo (20), na Austrália, entre Inglaterra e Espanha. O início está marcado para às 7h (de Brasília).

Gianni Infantino, presidente da Fifa, antes do início da semifinal entre Austrália e Inglaterra
Gianni Infantino, presidente da Fifa, antes do início da semifinal entre Austrália e Inglaterra - Saeed Khan - 16.ago.23/AFP

Infantino opinou que as mulheres precisam "empurrar a porta" para conseguir igualdade em relação aos homens.

"Esta Copa do Mundo não deu prejuízo e nós geramos a segunda maior receita em relação a qualquer esporte, atrás apenas da Copa do Mundo masculina", comparou.

Na premiação, ainda há diferença do dinheiro distribuído pela Fifa para as equipes nos dois torneios. No Mundial masculino, em 2022, a entidade distribuiu US$ 440 milhões (R$ 2,2 bilhões pela cotação atual) para as seleções. No feminino, são US$ 110 milhões (R$ 546 milhões).

Infantino disse que a Fifa está na "direção certa" para chegar à igualdade financeira entre gêneros.

"Eu digo a todas as mulheres… E eu tenho quatro filhas em casa: vocês têm o poder da mudança. Escolham as batalhas certas. Escolham as lutas certas. Vocês têm o poder de convencer a nós, homens, sobre o que fazer e o que não fazer. Então, façam. Apenas façam", discursou.

Infantino também afirmou que a Fifa estava certa em expandir a Copa do Mundo feminina para 32 seleções. Na Copa de 2019, eram 24.

Não é primeira declaração do cartola a chamar a atenção da comunidade do futebol e da imprensa. Durante o Mundial do Qatar, ele saiu em defesa da organização do torneio, criticado por causa dos problemas de direitos humanos, da comunidade LGBTQAI+, das restrições à mão de obra imigrante e da proibição de bebidas alcoólicas.

"Hoje eu me sinto qatariano. Hoje eu me sinto árabe. Hoje eu me sinto africano. Hoje eu me sinto gay. Hoje eu me sinto com necessidades especiais. Hoje eu me sinto um trabalhador imigrante", afirmou.

Após o discurso dele nesta sexta, a atacante Ada Hegerberg, da seleção norueguesa, o ironizou no Twitter.

"Estou trabalhando em uma pequena apresentação para convencer os homens. Quem está comigo?", escreveu.

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