Descrição de chapéu Libertadores

Líder da organizada do Boca convoca torcedores do Fluminense para briga em áudio

Gravação foi revelada por jornalista argentino; Conmebol pede paz e chama reunião com CBF, AFA e clubes

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São Paulo e Rio de Janeiro

Um áudio publicado pela imprensa argentina mostra um dos líderes da torcida organizada do Boca Juniors ameaçando torcedores do Fluminense, às vésperas da final da Copa Libertadores entre os dois times, no Maracanã.

"Peço que esperem a nossa chegada, e que os fluminenses venham até nós. Nós três [líderes da organizada] vamos à frente da torcida, da gente comum, vamos defender a toda a gente do Boca nós mesmos. Mas que os torcedores do Fluminense venham nos procurar. Quando chegarmos, que venham. Estão obrigados a brigar com a torcida do Boca. Torcida com torcida, não briguem com as pessoas comuns", diz Marcelo Aravena, da La 12, na gravação, revelada pelo jornalista argentino Flavio Azzaro.

Na quinta-feira (2), nove torcedores foram detidos em dois diferentes focos de confusão entre torcedores em Copacabana. Segundo a Polícia Militar, foram sete argentinos e dois brasileiros.

De acordo com o comando das unidades, a primeira confusão teve início na área Fun Zone. "De imediato, os agentes realizaram um cerco na área, controlaram a situação e dois homens, turistas argentinos, e um terceiro homem, brasileiro, foram conduzidos à 12ª DP", diz a PM.

"No início da noite, um novo tumulto deu início na av. Atlântica, e as equipes precisaram utilizar os meios necessários para conter a confusão. Policiais militares do 19° BPM (Copacabana) intervieram e detiveram cinco torcedores argentinos e um brasileiro, os conduziram para a 13ª DP."

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Torcida do Fluminense indo atrás da La 12 em Copacabana, na quinta (2) - Reprodução - 2.nov.23/@ritmodetorcida no Instagram

A Polícia Civil diz que as nove pessoas detidas em Copacabana foram autuadas e liberadas, "tendo em vista que nenhuma vítima se apresentou nas unidades" e que os casos estão sendo investigados.

Na região da praça da Bandeira, na zona norte da cidade, outras duas pessoas foram presas em flagrante por furto a um turista argentino. "A Polícia Civil reforça que segue monitorando as redes sociais para identificar possíveis crimes ou ameaças, e indivíduos envolvidos."

Depois da confusão, a Conmebol, organizadora do torneio, divulgou nota em suas redes sociais, pedindo que torcedores dos dois times mantenham a paz.

"A Conmebol faz um chamado aos torcedores do Boca Juniors e do Fluminense a compartilharem juntos momentos de alegria e celebração que o nosso futebol nos proporciona. Os valores do esporte que tanto amamos devem inspirar um comportamento pacífico e harmonioso. Portanto, repudiamos quaisquer atos de violência e racismo que possam ocorrer no contexto desta final."

A entidade sul-americana de futebol convocou para esta sexta uma reunião com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a AFA (equivalente argentino da CBF), o Fluminense e o Boca Juniors.

Após o encontro, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse ao ge, da Globo, que a partida acontecerá com a presença da torcida, mas que isso "vai depender dos torcedores. A partir de agora, os torcedores têm que se unir em torno da paz, porque é segurança acima de tudo".

Segundo ele, "se não tiver essa paz, [...] é lógico que tem a possibilidade de ter [a final] sem público".

Já a confederação publicou nota em que afirma que a reunião teve como tema central a segurança. Foram repassadas todas as medidas tomadas até aqui para a proteção de jogadores e torcida, assim como as áreas e entradas designadas no estádio aos torcedores de cada time, segundo o comunicado.

"Tratando-se de dois clubes com um enorme apelo popular, se faz indispensável tomar as precauções máximas [...] para minimizar todo o possível contato entre as torcidas", afirma a Conmebol na nota.

O comunicado conclui lembrando que os dirigentes dos dois clubes assinaram documento em outubro estabelecendo que "assumem o compromisso de impulsionar campanhas e ações contra a violência e o racismo no seio de suas respectivas torcidas".

A PM afirma que o policiamento em Copacabana está reforçado com policiais do 19ºBPM, do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), do Batalhão de Polícia de Choque, Polícia Montada, CPAm e com aeronaves fazendo patrulhamento aéreo.

Questionada sobre eventuais revisões no planejamento após as brigas dos primeiros dias, a PM respondeu com comunicado divulgado no início da semana sobre o esquema especial montado para o feriado, que terá, além do jogo, shows e a aplicação do Enem.

Ao todo, diz a corporação, serão mobilizados mais de 2.240 policiais para atuação na área do Maracanã, nos locais de concentração das duas torcidas, nos principais pontos de entrada da cidade e centros de treinamentos e hotéis onde estarão hospedadas as delegações.

"Agentes do Serviço de Inteligência da Corporação estarão monitorando as redes sociais para acompanhar possíveis mobilizações de torcidas organizadas, visando evitar confrontos entre grupos de torcedores rivais", diz o texto.

"O esquema de segurança para a partida prevê que o serviço reservado da SEPM, seja acionado na busca de dados e/ou informações que possam subsidiar o planejamento tático e operacional e os que impliquem em episódios de perturbação da ordem pública."

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