O presidente argentino Javier Milei foi vaiado por sócios do Boca Juniors neste domingo (17), ao comparecer à votação que definirá os próximos dirigentes do clube. Grupos questionaram seu apoio ao ex-presidente Mauricio Macri, que compõe a chapa opositora nas eleições.
Uma semana após assumir como chefe de Estado, Milei chegou ao estádio La Bombonera vestindo um casaco de chuva, na manhã seguinte a uma tempestade que trouxe consequências severas ao país e causou 15 mortes. Ao entrar, cumprimentou alguns torcedores localizados na arquibancada principal.
Mas minutos depois, quando a notícia de sua presença se espalhou, Milei saiu da cabine de votação e foi vaiado devido ao seu apoio aberto à oposição, que concorre contra a chapa da situação liderada pelo maior ídolo do clube, Juan Román Riquelme. O ex-jogador de futebol fez denúncias aos jornais sobre a suposta intenção do grupo opositor de privatizar o Boca.
Macri, candidato a vice-presidente do clube pela oposição apoiada por Milei, chegou ao estádio e levou apenas sete minutos para votar em uma das três cabines instaladas no gramado, em meio a uma forte operação de segurança organizada pela guarda presidencial e pela segurança do Boca.
Semanas antes das eleições presidenciais, Milei afirmou que deixou de se interessar pelo Boca quando "o populismo se instalou no clube", o que relacionou ao retorno de Riquelme à agremiação.
"Eu era torcedor do Boca até que o senhor Angelici [Daniel, ex-presidente do Boca] trouxe Riquelme para roubar. Não era pouco fã do Boca, torcia intensamente pelo Boca, tenho uma estrela [como torcedor de destaque] no museu e uma cabine. Já me basta viver em um país populista; seria demais também ser torcedor de um time populista", disse Milei na ocasião.
Nesse contexto, Milei declarou apoio a Macri, ex-presidente da Argentina (2015-2019) e que comandou o Boca entre 1995 e 2007, período em que o clube conquistou 17 títulos, incluindo quatro Copas Libertadores (2000, 2001, 2003 e 2007) e duas Copas Intercontinentais (2000 e 2003).
Segundo os canais oficiais do clube, que tem 94.188 sócios habilitados para votar, participaram da eleição mais de 42 mil sócios, um número recorde na história do Boca, que teve uma campanha discreta nesta temporada. O maior feito foi chegar à final da Copa Libertadores, em que foi derrotado para o Fluminense em decisão acirrada.
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