Riquelme leva recorde de eleitores às urnas, vence Macri e é eleito presidente do Boca Jrs

Foi a eleição mais concorrida para um clube na Argentina e a segunda no mundo, atrás apenas do Barcelona em 2010

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Buenos Aires | AFP

O ex-jogador de futebol Juan Román Riquelme será o próximo presidente do Boca Juniors, após derrotar neste domingo (17) a oposição liderada por Andrés Ibarra e o ex-presidente argentino Mauricio Macri, em eleição realizada no estádio La Bombonera, em Buenos Aires.

O opositor Ibarra afirmou na noite de domingo que, "em função da diferença [de votos] que temos agora, é o número suficiente para reconhecer que perdemos", quando já havia sido apurado cerca de 40% das mesas e a chapa Riquelme-Ameal obtinha mais de 64% dos votos.

Riquelme, um dos grandes ídolos do Boca, de 45 anos e atualmente vice-presidente do clube, assumirá nos próximos dias como mandatário acompanhado por Jorge Amor Ameal, que, por sua vez, deixará de ser presidente para agora desempenhar o papel de vice.

Riquelme participa de manifestação de torcedores do Boca Juniors em Buenos Aires
Riquelme participa de manifestação de torcedores do Boca Juniors em Buenos Aires - Julian Alvarez - 3.dez.2023/AFP

Em uma votação recorde, 43.367 sócios do Boca compareceram, apesar do forte temporal desencadeado em Buenos Aires, que não alterou os planos na La Bombonera, onde foram disponibilizadas três grandes tendas onde estavam as 288 urnas para votação.

O número de eleitores tornou esta eleição a mais concorrida para um clube na Argentina e a segunda no mundo, depois dos 57.088 eleitores que compareceram às eleições do Barcelona em 2010.

Riquelme havia antecipado mais cedo que "queremos que todos os sócios votem. Vamos ganhar, não tenho dúvidas", embora não tenha conseguido alcançar a diferença de "95 a 5" com a qual havia se mostrado confiante alguns dias atrás.

As eleições no Boca foram realizadas após várias semanas de duras críticas de ambos os lados e após uma suspensão de duas semanas devido a uma denúncia da oposição sobre a quantidade de eleitores habilitados, de modo que a Justiça determinou que cerca de 13 mil sócios deveriam votar em mesas separadas, embora esse número tenha sido posteriormente desnecessário na contagem final.

"A Câmara (de Cassação) deu seu veredicto e foi possível votar. As tendas (para votar) são uma maravilha. Isso foi uma festa", destacou Riquelme antes de conhecer sua vitória.

A oposição não foi suficiente mesmo com o antecedente de 12 anos de gestão de Macri como presidente do Boca (1995-2007), coincidente com o ciclo mais bem-sucedido do clube, nem tampouco com a promessa de construir uma nova Bombonera para 105 mil espectadores.

Macri, presidente da Argentina entre 2015 e 2019, contou com o apoio de Martín Palermo, outro ídolo e maior artilheiro histórico do Boca, que também era cogitado como candidato a novo diretor técnico, e até mesmo de Javier Milei, o recém-eleito presidente da Argentina, que foi votar na La Bombonera e acabou sendo vaiado pelos seguidores de Riquelme.

Mas o próprio Macri não compareceu ao encontro, pois viajou para a Arábia Saudita, em sua função de dirigente da Fifa, para observar as etapas decisivas do Mundial de Clubes que está sendo realizado no país.

Dessa forma, Riquelme, que já tinha boa parte do poder como vice-presidente, assumirá a liderança do Boca pelos próximos quatro anos, com a missão de melhorar a produção futebolística após um 2023 fraco em resultados, embora tenha chegado à final da Copa Libertadores.

No entanto, a má campanha no campeonato local o deixou de fora da edição de 2024 e o Boca terá que mirar na Copa Sul-Americana, um torneio claramente abaixo da obsessão de conquistar a sétima Libertadores, com pelo menos 17 anos desde a última coroa, em 2007, quando Riquelme foi justamente a grande figura daquele time campeão.

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