Descrição de chapéu Olimpíadas

Apresentação de cantora na abertura de Paris-2024 vira crise política na França

Emmanuel Macron demonstra preocupação com planos da Rússia para o evento esportivo

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Saint-Denis (França) | AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu, nesta quinta-feira (4), que a estrela franco-maliana Aya Nakamura cante durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024, apesar das críticas da extrema-direita diante dessa possibilidade.

"Seu lugar está garantido em uma cerimônia de abertura ou de encerramento dos Jogos", já que ela "fala com muitos de nossos compatriotas", assegurou Macron, durante a inauguração do Centro Aquático Olímpico em Saint-Denis, ao norte de Paris.

Cantora Aya Nakamura se apresenta na premiação Victoires de la Musique, em Paris
Cantora Aya Nakamura se apresenta na premiação Victoires de la Musique, em Paris - Bertrand Guay - 12.fev.2021/AFP

Aya Nakamura é autora de sucessos com uma mistura de francês e outros idiomas como a canção "Djadja" —quase um bilhão de reproduções no Youtube— e lançou seu quarto disco, DNK, no ano passado.

No entanto, a hipótese de que interpretasse uma canção da ícone francesa Edith Piaf durante a cerimônia de abertura prevista para 26 de julho às margens do Sena causou indignação na extrema-direita francesa, que denunciou uma "humilhação ao povo francês".

Aya Nakamura respondeu às críticas em sua sua última canção "Doggy": "eu não tenho inimigos, são eles que não gostam de mim. Um monte de inimigos, mas eu sequer os conheço. Não preciso de sua aprovação, saio nas capas das revistas."

O chefe de Estado de centro direita disse, no entanto, que cabe ao diretor artístico das cerimônias, Thomas Jolly, decidir sobre a participação da cantora francófona mais escutada do mundo.

"Não revelarei aqui os detalhes, mas se faz parte junto com outros artistas dessa cerimônia, penso que seria algo bom", insistiu.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos acontecerão na França de 26 de julho a 11 de agosto e de 28 de agosto a 8 de setembro, respectivamente, e são esperados pelo menos 10 milhões de espectadores.

Rússia tem os Jogos de Paris como alvo, diz Macron

O presidente da França também afirmou nesta quinta-feira que não tem dúvida de que a Rússia tem os Jogos Olímpicos de Paris no alvo, em particular em termos de desinformação.

"Não tenho nenhuma dúvida, incluindo o âmbito das informações", respondeu Macron, ao ser questionado sobre uma possível ameaça russa ao evento esportivo mundial.

A declaração foi feita após uma conversa telefônica entre o ministro da Defesa da Rússia, e seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, que terminou com versões diferentes sobre o que foi abordado.

Moscou afirmou que ambos se mostraram "dispostos a dialogar" sobre o conflito na Ucrânia, mas Paris negou a versão e destacou que reiterou sua disposição para "maiores interações" com a Rússia na luta contra o terrorismo após o atentado de 22 de março na capital russa.

O chefe de Estado francês criticou os "comentários barrocos e ameaçadores" da Rússia após a conversa, ainda mais depois que Moscou insinuou que os serviços secretos franceses poderiam estar envolvidos no atentado.

A França, que desde 2015 sofreu 22 atentados, decretou nível máximo de alerta —"urgência atentado"— após o ataque de 22 de março reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra uma casa de espetáculos de Moscou, que matou 144 pessoas.

Apesar da ameaça, Macron reiterou que o plano "privilegiado" para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 26 de julho, é o que está previsto para as margens do rio Sena, embora o governo tenha alternativas "caso as circunstâncias exijam".

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos acontecerão na França no período entre 26 de julho e 8 de setembro. A cidade deve receber pelo menos 10 milhões de turistas.

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