Descrição de chapéu Olimpíadas

Tocha olímpica fará circuito por territórios franceses pelo mundo

Chama olímpica vai passar por pontos históricos como a Acrópole e o Palácio de Versalhes

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São Paulo

Após a cerimônia de acendimento da tocha olímpica na antiga Olímpia, na Grécia, a chama inicia uma trajetória de 101 dias até a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em 26 de julho. Ao todo, cerca de 10,6 mil pessoas vão carregar a tocha símbolo dos Jogos, percorrendo 43 cidades na Grécia e 65 territórios franceses, incluindo seis ultramarinos, como a Guiana Francesa, vizinha do Brasil.

A chama foi acesa no berço das Olimpíadas modernas pela atriz grega Mary Mina, interpretando o papel de uma alta sacerdotisa. Ela foi passada então para o primeiro condutor da tocha, o atleta grego Stefanos Ntouskos, ouro no remo em Tóquio 2020.

O atleta levou a chama até o monumento em homenagem a Pierre de Coubertin, considerado o pai dos Jogos na era moderna. Na sequência, passou-a para a segunda condutora do revezamento, a ex-nadadora francesa e três vezes medalhista olímpica Laure Manaudou.

Ex-nadadora francesa Laure Manaudou recebe a chama olímpica do atleta grego Stefanos Ntouskos
Ex-nadadora francesa Laure Manaudou recebe a chama olímpica do atleta grego Stefanos Ntouskos - Valerie Gache - 16.abr.2024/AFP

A chama olímpica embarcou então em um revezamento pela Grécia, contando com cerca de 550 condutores e passando por locais históricos como a Acrópole e a cidade de Maratona. O destino final em solo grego, no dia 26 de abril, será o estádio Panatenaico, em Atenas, local de nascimento dos Jogos modernos e onde ocorrerá a cerimônia de entrega da tocha aos anfitriões da edição deste ano.

A chama olímpica passará a noite na embaixada francesa em Atenas antes de embarcar no dia seguinte a bordo do navio Belém rumo a Marselha, com previsão de chegada em 8 de maio. Inicia-se a partir de então o revezamento por 65 territórios franceses.

Os organizadores traçaram uma rota que percorrerá pontos históricos do país europeu, passando por locais como Lascaux, no sudoeste francês, onde é possível encontrar pinturas pré-históricas nas paredes de cavernas, além da fortaleza medieval de Carcassone, em Occitânia, o Palácio de Versalhes e o vilarejo medieval Mont-Saint-Michel, na Normandia.

Vinhedos famosos como o Saint-Emilion, em Bordeaux, e o Chablis, em Borgonha, também fazem parte da rota, bem como locais de competição, como o complexo de tênis de Roland Garros e o Stade Yves-du-Manoir, em Colombes, que receberá as partidas de hóquei sobre grama.

Além disso, figuras icônicas da história francesa serão homenageadas ao longo do percurso —Joana d’Arc, heroína da Guerra dos Cem Anos, em Orléans (a 130 km ao sul de Paris), e a cantora Edith Piaf, em Paris, estão entre elas.

A chama olímpica cruzará o oceano Atlântico no veleiro Banque Populaire XI, bem como os oceanos Índico e Pacífico, para o chamado "Revezamento dos Oceanos", que chegará a seis territórios franceses ultramarinos: Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Ilha da Reunião.

Na Guiana Francesa, único território francês na América do Sul, a tocha começará sua jornada em Camopi, na fronteira brasileira, ao longo do rio Oiapoque. No local, haverá uma cerimônia indígena, seguindo para Saint-Laurent du Maroni, uma ex-colônia penal do século 18.

"São os Jogos mais descentralizados da história. Foi importante ter territórios ultramarinos cobertos, essa parte do revezamento será linda", declarou Amélie Oudéa-Castera, ministra do Esporte e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

No Dia da Bastilha, em 14 de julho, a tocha olímpica fará sua primeira incursão por Paris. Passará pela Champs-Élysées e seguirá rumo à praça Vêndome e ao Louvre.

A chama percorrerá ainda cidades ao redor da capital francesa como Château-Thierry, terra natal do poeta Jean de La Fontaine, e Étampes, uma antiga cidade real reconhecida como "Cidade da Arte e da História", com 26 monumentos tombados.

Por fim, no dia 26 de julho, a tocha chega a Saint-Denis, na região metropolitana de Paris, onde está localizado o Stade de France, que abrigará as competições de atletismo e rugby. Em seu trecho final, a tocha olímpica cruzará os canais entre Seine-Saint-Denis e Paris e seguirá às margens do rio Sena, onde está prevista a cerimônia de abertura dos Jogos.

"O revezamento mostrará a incrível diversidade do nosso país: patrimônio, paisagens, museus, artes cênicas, e, claro, seus habitantes", afirmou Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris-2024.

A chama olímpica foi acesa pela primeira vez na era moderna nos Jogos de Amsterdã-1928, com o início do revezamento a partir de Berlim-1936.

Nos Jogos de Atenas-2004, para celebrar o retorno dos Jogos Olímpicos ao seu país de origem, foi realizado um revezamento global da tocha, que cruzou os cinco continentes. A prática se repetiu durante Pequim-2008, mas, devido a protestos no percurso, os organizadores optaram por um roteiro reduzido por Grécia e Grã-Bretanha a partir de Londres-2012. O percurso reduzido pelo berço dos Jogos e o país-sede se repetiu na Rio-2016 e em Tóquio-2020.

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