Descrição de chapéu tênis grand slam

Alcaraz vence Roland Garros e quebra mais um recorde no tênis

Espanhol é o mais jovem a conquistar Grand Slams em três pisos diferentes; Zverev segue sina de derrotas

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Paris

O espanhol Carlos Alcaraz, 21, tornou-se o mais jovem tenista a conquistar torneios do Grand Slam em três pisos diferentes —saibro, grama e piso duro. Ele derrotou o alemão Alexander Zverev, 27, na final do Aberto da França neste domingo (9), com parciais de 6/3, 2/6, 5/7, 6/1 e 6/2, em mais de quatro horas de partida.

Este é o terceiro Grand Slam conquistado por Carlitos, disputado depois do Aberto dos EUA (quadra dura) de 2022 e do torneio de Wimbledon (grama) em 2023. Sua vitória reforça a hegemonia dos espanhóis no saibro parisiense neste século. Desde 2001, são dezessete títulos, dentre eles quatorze de Rafael Nadal e um do próprio treinador de Alcaraz, Juan Carlos Ferrero. O outro foi de Albert Costa.

O tenista espanhol Carlos Alcaraz abraça o troféu depois de vencer o alemão Alexander Zverev na final de simples masculino na quadra Philippe-Chatrier, no décimo quinto dia do torneio de tênis do Aberto da França, no Complexo Roland Garros, em Paris
O tenista espanhol Carlos Alcaraz abraça o troféu depois de vencer o alemão Alexander Zverev na final de simples masculino na quadra Philippe-Chatrier, no décimo quinto dia do torneio de tênis do Aberto da França, no Complexo Roland Garros, em Paris - Alain Jocard-09.jun.24/AFP

Alcaraz recebeu o troféu das mãos do ex-campeão sueco Bjorn Borg, 68, seis vezes campeão em Roland Garros entre 1974 e 1981. Em seu inglês ainda razoável, discursou agradecendo ao estafe. "Eu chamo vocês de time, mas na verdade vocês são uma família."

O espanhol passou do terceiro para o segundo lugar no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). O novo líder da lista é o italiano Jannik Sinner, derrotado por Alcaraz na semifinal. Os dois superaram o número um anterior, o sérvio Novak Djokovic, que abandonou o torneio nas quartas de final devido a uma lesão no joelho direito.

Zverev, um dos tenistas mais talentosos do circuito, continua sua escrita de insucessos no Grand Slam. Na única final anterior que disputou, a do Aberto dos EUA de 2020, ele perdeu de virada para o austríaco Dominic Thiem em um jogo que vencia por dois sets a zero.

A partida deste domingo, cheia de reviravoltas, tinha mesmo que terminar em cinco sets. Ora Alcaraz parecia caminhar para a vitória, ora o domínio era de Zverev. Se o espanhol cometia muitos erros no revés, compensava com os golpes de direita e com sua marca registrada, as deixadinhas (bolas curtas junto à rede). O alemão, por sua vez, contava com o saque como principal arma.

Ambos chegaram à final buscando um acerto de contas com incidentes ocorridos em semifinais passadas de Roland Garros. Em 2022, Zverev deixou a quadra central em uma cadeira de rodas devido a uma grave lesão no tornozelo direito quando enfrentava Rafael Nadal. Alcaraz, por sua vez, perdeu no ano passado para o Djokovic, devido a cãibras provocadas pelo nervosismo, como ele mesmo admitiu.

O espanhol chegou a Paris recuperando-se de uma lesão no antebraço direito. Disputou todo o torneio usando um manguito protetor, como fazem muitos jogadores profissionais de basquete. Garantiu, porém, ter jogado sem dores.

Nervosos, os dois finalistas perderam o primeiro game de saque. Zverev trocou de raquete depois de apenas dois pontos jogados —duas duplas faltas. Em um primeiro set de poucas bolas vencedoras, Zverev foi quebrado mais duas vezes e perdeu por 6/3.

No quinto game do segundo set, Zverev conseguiu quebrar o saque do adversário, depois de um ponto em que o vento forte levantou uma nuvem de saibro do piso da quadra. O alemão ganhou confiança. Começaram os gritos de "Sascha! Sascha!", apelido de Zverev. Sacando bem, ele fechou o set em 6/2.

O terceiro set foi cheio de oscilações. A dinâmica do jogo continuou favorável ao alemão no início. O espanhol tentou mudar de estratégia. Subiu mais à rede e abusou das deixadinhas. Isso desestabilizou Zverev, que permitiu a quebra no sexto game. Sacando para fechar, porém, Alcaraz subiu mal à rede duas vezes e permitiu a devolução da quebra, além da virada de Zverev.

O espanhol Carlos Alcaraz enfrenta Alexander Zverev durante a final de simples masculino na quadra Philippe-Chatrier, no décimo quinto dia do torneio de tênis do Aberto da França, no Complexo Roland Garros, em Paris
O espanhol Carlos Alcaraz enfrenta Alexander Zverev durante a final de simples masculino na quadra Philippe-Chatrier, no décimo quinto dia do torneio de tênis do Aberto da França, no Complexo Roland Garros, em Paris - Bertrand Guay/AFP

No segundo game do quarto set, Zverev começou a se deixar levar pelos nervos. Errou um golpe de vista e irritou-se com uma marcação de bola fora. Alcaraz aproveitou-se para quebrar o serviço do alemão e retomar as rédeas da partida. Zverev entrou em parafuso, cometeu duplas faltas e foi quebrado de novo.

Vencendo por 4/0, Alcaraz sentiu a coxa esquerda, foi quebrado por Zverev e pediu atendimento médico. O fantasma da cãibra do ano passado voltou a assombrar o espanhol, mas ele conseguiu fechar a série em 6/1. O coro "Carlos! Carlos!" passou a dominar a quadra.

No último set, Alcaraz conseguiu a quebra no terceiro game, graças a uma sequência de erros de Zverev: dois voleios relativamente fáceis, uma dupla falta, um revés longo demais. Com 2/1 para Alcaraz e 15/40 para Zverev, o árbitro francês Renaud Lichtenstein considerou que um saque duvidoso do espanhol tocou na linha.

Para o sistema eletrônico Hawk-Eye, a bola quicou fora, o que teria dado o game ao alemão. Mas em Roland Garros prevalece a decisão do árbitro humano. Alcaraz acabou ganhando o game e, para Zverev, isso fez diferença no resultado final. Ele continuou a cometer erros e a reclamar das marcações do árbitro. "Estar perdendo de 3/1 é bem diferente de empatar em 2/2", lamentou após a partida. Mais sereno, Alcaraz fechou o jogo em 6/2.

Os tenistas devem estar de volta a Roland Garros dentro de um mês e meio, para a disputa do torneio olímpico de tênis. O alemão é o atual detentor do título, tendo conquistado a medalha de ouro em Tóquio-2020, disputada em 2021 devido à pandemia.

A presença do alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, na tribuna de honra era um lembrete da proximidade dos Jogos Olímpicos de Paris.

O jogo também foi marcado pelo comportamento ruim de alguns espectadores, interrompendo os jogadores na hora do saque ou se manifestando durante os pontos.

Um grupo de brasileiros sentados abaixo da tribuna de imprensa se divertia com as jogadas em andamento, gritando "boa", "vai" e "fora" e tirando selfies. Durante o torneio, foi proibido entrar nas arquibancadas com bebidas alcoólicas para evitar comportamentos inconvenientes nas partidas.

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