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Chinatown domina Olympiades

Região têm muitos restaurantes, bares e lojas de origem asiática, principalmente vietnamitas e tailandeses

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Paris

Chineses são supersticiosos, olimpicamente supersticiosos. Nos Jogos de Pequim, em 2008, começaram a cerimônia no dia 8 do mês 8 (no ano 08), às 8 da noite. Sim, na cultura chinesa, o oito traz sorte (na horizontal, é o símbolo do infinito).

E os Jogos de Paris acontecem em 2024 —e 2+0+2+4 é igual a oito, olha só, pode ser um sinal.

Mas há outra curiosidade francesa que pode significar mais sorte aos chineses, relacionada ao intrincado sistema de metrô parisiense, com mais de 300 estações em 14 linhas que cruzam toda a cidade.

É na linha 14, a mais recente, que está a estação Olympiades —equipada com raras escadas rolantes. E qual a região que fica na saída da estação? Sim, a Chinatown de Paris, conhecida também como Quartier Asiatique.

A imagem mostra a entrada da estação de metrô Olympiades, com escadas rolantes em primeiro plano. Ao fundo, há um edifício de vidro que abriga a biblioteca Jean-Pierre Melville. Um sinal azul com a letra 'M' indica a estação de metrô. A área é cercada por árvores e bicicletas estacionadas ao longo da calçada. Um caminhão branco está parado na rua.
Entrada da estação de metrô Olympiades da linha 14 do metrô parisiense - Stephane de Sakutin/AFP

Só pode ser sinal de boa sorte olímpica.

Apesar de ter abrigado duas Olimpíadas no passado, em 1900 e 1924, a estação Olympiades não fica perto de nenhuma antiga arena olímpica.

O nome faz referência ao conjunto de torres na região, batizado de Olympiades. Elas foram construídas nos anos 1970 e não têm nada a ver com a arquitetura de prédios baixos que domina o belo projeto arquitetônico da capital francesa.

Criadas para formar um centro comercial no 13º arrondissement, as torres mais altas têm 104 metros de altura e receberam o nome de cidades que já haviam sediado Olimpíadas, de verão ou de inverno. Assim, temos Antuérpia, Atenas, Helsinque, Londres, México, Sapporo, Tóquio e Cortina (de Cortina d'Ampezzo, cidade italiana que foi sede dos Jogos de Inverno de 1956).

Reza a lenda que os franceses, digamos, não abraçaram o projeto. E a região logo começou a ser ocupada pelas comunidades asiáticas.

Geograficamente, a Chinatown de Paris constitui um triângulo, com as avenidas de Choisy e d’Ivry formando um vértice, com o boulevard Masséna na base.

Entre os mercadinhos com produtos típicos se destaca o Tang Frères, ou Irmãos Tang. Dizem que é a maior rede de supermercados com produtos orientais fora da Ásia. O original, na avenida d’Ivry, ganhou uma área gourmet e estandes com comidinhas típicas.

Nessas vias são muitos os restaurantes, bares e lojas de origem asiática, principalmente vietnamitas e tailandeses. Também é o lugar ideal se você quiser tomar um bubble tea, tem até de créme brûlée.

Em 2021, o diretor Jacques Audiard lançou no Festival de Cannes o filme em belo preto e branco "Les Olympiades", no Brasil, rebatizado de "Paris, 13º Distrito". O roteiro, sem nada olímpico, trazia a história dos amores e dissabores de um grupo de jovens da região.

Voltando aos Jogos, e à China, o gigante asiático é o único país com chances reais de ameaçar o domínio norte-americano no quadro de medalhas. Em Tóquio, eles ficaram só uma medalhinha de ouro atrás dos Estados Unidos (39 a 38).

Nesta Olimpíada, o ouro chinês pode vir de todos os lados. Nos saltos ornamentais, eles ganharam nada menos que sete disputas em Tóquio. Também são fortes em modalidades como tiro esportivo, tênis de mesa, badminton, ginástica artística e levantamento de peso.

Nas piscinas, Pan Zhanle, de apenas 19 anos, bateu neste ano o recorde mundial nos 100 m nado livre.

Pelo menos em um pedacinho de Paris já tem torcida chinesa.

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