Descrição de chapéu Futebol Internacional

Fifa investiga canto racista de argentinos contra a França

Campeão mundial no Qatar, Enzo Fernández publicou uma mensagem nas redes sociais para pedir desculpas pelo vídeo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris e Buenos Aires | AFP

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou nesta quarta-feira (17) a abertura de uma investigação sobre o canto racista dos jogadores argentinos contra a seleção francesa durante as comemorações no ônibus da equipe após a conquista do título na Copa América.

O escândalo também levou o Chelsea, da Inglaterra, a abrir um processo disciplinar contra o meia argentino Enzo Fernández, que gravou e transmitiu ao vivo o vídeo que provocou o escândalo.

"A Fifa tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais e o incidente é objeto de uma investigação", afirmou a entidade em comunicado. "A Fifa condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes."

A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que levaria o caso à Fifa.

Um grupo de jogadores de futebol está celebrando em campo. Eles vestem uniformes com listras azuis e brancas, exceto um jogador que está com um uniforme verde. Um dos jogadores usa um colete amarelo com o logotipo da Copa América 2024. Todos parecem estar felizes e comemorando juntos, com os braços levantados e sorrisos nos rostos.
Jogadores da Argentina comemoram título da Copa América após vitória contra a Colômbia - Agustin Marcarian - 14.jul.2024/Reuters

Desde segunda-feira, circula nas redes sociais um vídeo em que vários jogadores argentinos são vistos comemorando o título da Copa América-2024, nos Estados Unidos, conquistado no domingo, em Miami, ao vencer a Colômbia por 1 a 0 na final, e começam a cantar uma música que contém termos racistas, antes de um corte na transmissão.

O canto já havia sido entoado por torcedores argentinos para atacar os integrantes da seleção francesa e Kylian Mbappé em particular após a final da Copa do Mundo do Qatar-2022, vencida pela Argentina contra a França (3-3, 4-2 nos pênaltis).

O canto inclui frases como "jogam pela França, mas vêm de Angola". Sobre Mbappé afirma "sua mãe é nigeriana (na verdade é franco-argelina), seu pai é camaronês, mas no documento tem nacionalidade francesa".

Argentina e França construíram uma grande rivalidade nos últimos anos, com a seleção europeia eliminando a seleção sul-americana nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia (4-3), antes da 'Albiceleste' dar o troco quatro anos depois na final no Qatar.

Na terça-feira, a FFF anunciou que levaria o caso à Fifa e que apresentará uma denúncia à Justiça "por palavras ofensivas de cunho racista e discriminatório".

"Dada a gravidade das manifestações, que são contrárias aos valores do esporte e dos Direitos Humanos, o presidente da FFF decidiu questionar diretamente o seu homólogo argentino (AFA) e a Fifa, e apresentar uma denúncia à Justiça por palavras ofensivas de natureza racial e discriminatória", explica o comunicado da FFF.

O zagueiro francês Wesley Fofana, colega de time de Fernandéz no Chelsea, reagiu na rede social X com a frase: "Futebol em 2024: racismo sem pudor".

Diante do escândalo, o jogador argentino publicou uma mensagem no Instagram para pedir desculpas pelo vídeo.

"Quero pedir desculpas sinceras por um vídeo postado em meu canal do Instagram durante as comemorações da seleção nacional", postou Fernández em inglês na rede social.

"A canção inclui uma linguagem muito ofensiva e não há absolutamente nenhuma desculpa para estas palavras", admitiu.

"Sou contra todas as formas de discriminação e peço desculpas por ter me deixado levar pela euforia das comemorações da Copa América. O vídeo, esse momento, essas palavras, não refletem minhas crenças nem meu caráter. Lamento muito", completou.

O meio-campista argentino foi eleito pela Fifa o melhor jogador jovem da Copa do Mundo do Qatar e foi o argentino mais caro da história quando foi contratado em 2023 pelo Chelsea por US$ 121 milhões (cerca de R$ 715 milhões pela cotação atual).

O Chelsea afirmou em um comunicado que "reconhece e aprecia as desculpas públicas" do jogador, mas também anunciou a abertura de um processo disciplinar interno.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.