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Grand Palais vai à luta, e ao duelo

Olimpíada acabou sendo um belo pretexto para uma profunda reforma no espaço, que começou em 2020

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Paris

Após receber mais uma daquelas tarefas complicadas no serviço, o agente Ethan Hunt precisa pular direto de um avião na exuberante cúpula de vidro do Grand Palais.

Depois de invadir uma improvável balada no lugar, ele encontra o seu alvo no toalete masculino e começa a travar uma luta feroz com krav maga e outras artes marciais, destruindo parte do banheiro.

Tom Cruise faz suas peripécias em vários pontos de Paris em "Missão: Impossível - Fallout", mas a sequência no Grand Palais é das mais marcantes. Não só por causa da ação, mas dizem que os franceses acharam engraçado ver o banheiro amplo e limpinho durante a luta. A realidade não era tão clean.

A imagem mostra a fachada de um edifício imponente, decorado com banners dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Há um grande coração estilizado e um símbolo olímpico. Policiais em uniforme estão caminhando em primeiro plano, enquanto uma estrutura de andaime é visível à esquerda. O local está cercado por uma grade com padrões geométricos em tons de azul e rosa, e há uma tenda branca na frente.
Policiais passam por uma cerca com o logotipo Paris 2024 do lado de fora do Grand Palais, em Paris - Kirill Kudryavtsev/AFP

Inaugurado no olímpico ano parisiense de 1900, para celebrar a Exposição Universal (sempre ela), o Grand Palais foi ao longo dos últimos anos a casa de algumas das principais exposições do país. Também costuma receber habitualmente desfiles de moda, com destaque para a Chanel, e até uma pista de patinação no inverno.

Em 2024 o espaço será de fato olímpico. Não vai ter krav maga, mas é lá que vão acontecer as lutas de taekwondo e as disputas de esgrima, modalidade que pode render algumas medalhas para os franceses. O Grand Palais está em uma região que será bem aproveitada para a competição, formando um polo olímpico com a Ponte Alexandre 3º e, do outro lado, a Esplanada des Invalides, palco da disputa do tiro com arco.

A Olimpíada acabou sendo um belo pretexto para uma profunda reforma no Grand Palais, que começou em 2020, com vídeos no próprio site oficial mostrando as etapas de restauros. O espaço só deve voltar a receber o público para exposições na primavera de 2025. Mesmo antes dos Jogos, sua programação havia sido transferida para o Grand Palais Éphémère —que também será usado na Olimpíada— e para o Museu de Luxemburgo.

Dizem que o custo das obras ficará em torno de 446 milhões de euros —só a Chanel, usuária assídua, vai dar uma força com 25 milhões.

Enquanto isso, é possível ver outras obras de arte no Petit Palais, o museu de Belas Artes de Paris, localizado exatamente em frente ao grande irmão —e igualmente construído para a Exposição Universal de 1900.

Além de quadros, esculturas, vasos e outras obras de acervo que remetem desde a antiguidade, o espaço exibe exposições temporárias. Uma delas é a esperta "Corpos em Movimento", uma das muitas em Paris com referências olímpicas.

Peças de diferentes períodos com referências a esportes (às vezes, bem sutis) estão espalhadas por diferentes salas do museu com um sinal olímpico. Ao lado delas, atletas da delegação francesa aparecem em vídeos fazendo comentários relacionando arte e esporte.

O skatista Vincent Milou, por exemplo, comenta a pintura de 1903 "Bicyclette au Vésinet", de Léon-François Comerre. Já a velejadora Charline Picon fala sobre os vasos do escultor Émile Bracquemond, feitos para celebrar os Jogos de 1924.

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