Com samba no pé e instrumental do grupo Raça Negra, que faz muitos cantarolarem "dig dig dig iê", a ginasta Júlia Soares, 18, estreou em Olimpíadas de Paris-2024 no último domingo e ganhou fãs. Depois desta terça (30), deve acumular outros tantos, já que levou o bronze na disputa por equipes.
Nascida em Curitiba, entrou na ginástica aos 4 anos, inspirada por sua irmã mais velha, Giovanna. Começou na categoria júnior em 2018, quando competiu no Troféu Cidade de Jesolo, na Itália, quando a seleção brasileira ficou em sétimo lugar.
No mesmo ano, ganhou ouro no individual geral e na trave no Campeonato Brasileira e se tornou campeã sul-americana júnior na trave —aparelho em que mais se destaca.
O começo em competições seniores foi em 2021, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, competição em que o Brasil conquistou ouro por equipes. Foi nesse mesmo campeonato que Soares homologou um novo elemento no Código de Pontuação da FIG (Federação Internacional de Ginástica), o The Soares, que consiste em uma entrada de trave em vela com meia pirueta.
Foi a primeira ginasta a fazê-lo em uma competição. "As primeiras vezes eu batia a cara na trave", disse durante entrevista ao podcast Mundo Real. "Deu muita satisfação na hora, eu olhei para a minha técnica e pensei que todo aquele trabalho realmente valeu a pena."
Esse movimento foi usado nas classificatórias de Paris-2024 e aumentou sua nota de dificuldade. Sua apresentação no solo animou a torcida e rendeu a ela 200 mil novos seguidores nas redes.
Em setembro de 2022, ela competiu nos Jogos Sul Americanos, conquistando o ouro por equipes e no individual geral, e também nas finais de trave e solo.
Soares se firma como uma das grandes revelações da seleção brasileira de ginástica. Ela também se classificou para a decisão na trave, que acontece em 5 de agosto.
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