Kimia Yousofi terminou na última posição de sua série de 100 metros rasos nas eliminatórias do atletismo na sexta-feira (2), mas só de pisar na pista enviou uma importante mensagem, defendendo as mulheres do Afeganistão após ter fugido do país para perseguir seu sonho olímpico em Paris.
A jovem de 28 anos virou seu número de identificação após cruzar a linha de chegada com o tempo de 13s42, mostrando os dizeres "educação, "esporte" e "nossos direitos".
Yousofi deixou o Afeganistão pouco depois dos Jogos de Tóquio-2020, quando o Talibã tomou o poder e retirou direitos de mulheres e garotas.
A atleta, que foi a porta-bandeira do Afeganistão na cerimônia de abertura das Olimpíadas em solo japonês, chegou a Paris dizendo querer representar os "sonhos e aspirações roubados" das mulheres afegãs, e afirmou no Stade de France que continuará lutando pelo seu país.
"Representamos o povo afegão com essa bandeira", afirmou ela. "É o suficiente. Dentro do Afeganistão, elas querem educação, elas querem o esporte."
Desde que tomou o poder, em agosto de 2021, o Talibã —que afirma respeitar os direitos das mulheres de acordo com sua interpretação da lei e dos costumes islâmicos— fechou escolas para meninas, impôs restrições de viagens para mulheres sem acompanhantes do gênero masculino e restringiu o acesso a parques e academias.
Nascida de pais refugiados durante o governo anterior do Talibã, Yousofi retornou ao país para representar a nação nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ela escolheu a Austrália para treinar para as Olimpíadas de Paris.
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