O maior medalhista olímpico

Deus não luta judô, não surfa, não pratica skate, não disputa corridas e não nada o estilo peito, mas está presente em todos os que o invocam

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Ed René Kivitz

Teólogo e pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo.

Como em nenhuma outra edição dos Jogos Olímpicos, os atletas tributaram a Deus suas jornadas até os Jogos, suas superações e suas conquistas. Rebeca Andrade, aclamada como rainha do solo por ninguém menos que Simone Biles, fez questão de testemunhar que Deus "está fazendo coisas incríveis que eu jamais poderia imaginar."

Larissa Pimenta publicizou o que ouviu de sua amiga italiana Odette Giuffrida ao final da luta em que se enfrentaram na disputa pela medalha de bronze conquistada pela brasileira: "Ela é uma pessoa especial para mim e o que me falou foi muito significativo. Ela fala português e a gente se fala bastante. A ‘Ode’ conheceu Deus através de mim — ela veio ao Brasil e encontrou Deus. E uns dias atrás estávamos conversando... que toda honra e toda a glória a gente ia dar para ele. Então, naquele momento, ela me disse: ‘levanta, porque toda a honra e toda a glória você tem que dar para ele!’"

Duas atletas de judô estão em uma competição. Uma delas veste um judogi branco e a outra um judogi azul. Ambas estão em uma posição baixa, com as mãos se segurando, em um ambiente de competição com uma plateia ao fundo.
Larissa Pimenta (à esq.) celebra vitória sobre Odette Giuffrida, da Itália, que é sua amiga - Wu Wei - 28.jul.24/Xinhua

Shafiqua Maloney, que representou a nação caribenha de São Vicente e Granadinas, chegou a Paris classificada na 27ª posição nos 800 metros rasos do atletismo, mas chegou à final, ficando em quarto lugar, atrás da medalha de bronze por apenas 0,24 segundo. Seu testemunho foi também inspirador: "Eu fiquei sem teto, sem ter o que comer e todas essas coisas. Deus me carregou por tudo isso e, quando cheguei aqui, tive de acreditar que ele não me trouxe tão longe só para me abandonar e que ele me conduziria até o fim."

A mergulhadora britânica Andrea Spendolini-Sirieix disse: "Eu dou glória a Deus. Estou orgulhosa por representar meu país, minha família e por glorificar o nome de Jesus", e citou o texto bíblico de Josué 1.9 em sua página do Instagram, após ganhar o bronze com a parceira Lois Toulson, na prova de salto sincronizado. Sirieix compartilhou que começa cada dia com uma oração e termina com um estudo da Bíblia. Questionada se ela tinha alguma superstição quando competia, a atleta respondeu: "Não, eu me solto e deixo Deus trabalhar. Eu oro e estudo a Bíblia antes da competição."

"Jesus é Rei!", gritou o skatista canadense Cordano Russell quando os locutores olímpicos o anunciaram na final masculina de skate street. Mesmo terminando sua participação nos Jogos em sétimo lugar, usou seu perfil no Instagram para agradecer ao seu "Pai celestial".

A brasileira Rayssa Leal, medalha de bronze também no skate street, causou polêmica ao usar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para comunicar que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. "Eu fiz isso porque faço em todas as competições. Para mim é importante; sou cristã, acredito muito em Deus. Ali eu pedi força e mandei uma mensagem para todos, de que Deus realmente é o caminho, a verdade e a vida", declarou posteriormente à imprensa.

A nadadora sul-africana Tatjana Schoenmaker Smith, após sua vitória nos 100 metros peito, vestiu uma camiseta em que agradecia sua comunidade de apoio. A lista de nomes começava com Deus, Jesus e o Espírito Santo.

A lista vai longe, mas esses exemplos bastam não apenas para sustentar que Deus é o grande medalhista de Paris, mas também para suscitar a questão: como pode Deus conquistar apenas prata ou bronze em suas competições? Não deveria ter nas mãos apenas medalhas de ouro? A Bíblia esclarece.

Os resultados das intervenções ou participações de Deus nas coisas humanas dependem sempre da outra variável: exatamente o ser humano por meio de quem atua e se manifesta. Deus nada faz sozinho. Isso explica a mensagem deixada pelo surfista Gabriel Medina ao postar em seu perfil no Instagram uma das fotos mais virais das Olimpíadas, ele e sua prancha em pleno ar, como se flutuassem acima do mar. Para a foto histórica Medina escolheu como legenda o texto bíblico de Filipenses 4.13: "Tudo posso Naquele que me fortalece."

Deus não luta judô, não surfa, não pratica skate, não disputa corridas ou saltos, não nada o estilo peito nem mergulha em salto sincronizado. Mas está presente em todos os que o invocam, e por meio deles manifesta o justo, o belo e o bom no mundo. A fé é a confiança no fato de que jamais estamos sozinhos, entregues à nossa própria sorte, ou azar, seja no dia da lesão, na falta de patrocínio, no doloroso fracasso na classificatória, ou na mais exuberante vitória, na mais extraordinária superação, na mais surpreendente medalha olímpica. Sim, Deus vai voltar de Paris com o peito de cheio de medalhas. Honrado por todos e todas que lhe dedicaram ouro, prata e bronze. Vai passar pelo Olimpo, olhar de soslaio, e seguir em frente para o céu dos céus, ostentando a alegria que somente experimenta quem vive no mundo da fé.

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