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Negócios que desenvolvem periferias são acelerados pelo BNDES

Startups inovam com soluções em educação, serviços logísticos e prevenção a enchentes

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São Paulo

Três startups que usam tecnologia para desenvolver periferias estão sendo aceleradas em um programa para impulsionar negócios de impacto no país. Em comum, Mais1Code, naPorta e Visão Coop foram criados por empreendedores que nasceram em comunidades, mas usam estratégias diferentes para impulsionar a economia em seus territórios.

Os negócios foram selecionados para a terceira edição do BNDES Garagem, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em parceria com players do ecossistema de impacto —Artemisia, Wayra e Liga Ventures— que elegeu 45 startups para a aceleração gratuita.

Programa de aceleração impulsiona negócios de entrega em favelas, prevenção a enchetes e educação - Danilo Verpa/Folhapress

A edtech Mais1Code oferece cursos a jovens de baixa renda. Um deles ajuda a identificar habilidades e desenvolver bases tecnológicas, enquanto o outro, mais avançado, ensina programação e apoia protótipos. Ao final, há orientação para o mercado de trabalho.

"Como crescemos na periferia e vivemos na pele a luta contra a desigualdade social para alcançar nossos objetivos, resolvemos trazer uma perspectiva diferente para o futuro dos adolescentes", diz Tauan Matos, co-fundador da Mais1Code.

A naPorta armazena e entrega produtos em áreas restritas, zonas rurais, ribeirinhas e periféricas. Trabalhadores locais fazem as entregas de porta em porta, enquanto moradores acompanham a rota em tempo real. Também é possível retirar as mercadorias em uma das agências, sem custo.

A startup que impactou mais de 1,6 milhão de pessoas foi certificada com um selo de impacto social por dois anos consecutivos por cumprir as ODS da ONU.

"A maior expectativa para 2023 era crescer três vezes em relação ao ano passado. E estamos no caminho para isso, com mais de cem mil entregas realizadas", afirma Katrine Scomparin, co-fundadora do naPorta.

Já a Visão Coop atua para mitigar e diminuir o impacto de desastres climáticos em periferias. Objetivo que nasceu com os fundadores da startup, que viveram em Queimados (RJ), região que sofreu com enchentes ininterruptas.

Ao mobilizar 150 voluntários, atuar com entidades governamentais e apresentar planos de adaptação implementados pelo poder público, em 2023, pela primeira vez, não se registraram enchentes nos pontos monitorados.

"Nosso foco está em produzir estudos e experiências de inovação territorial, buscando entender as necessidades e características regionais e trabalhando com criações localizadas", diz Lennon Medeiros, diretor executivo da Visão Coop.

Entre negócios em fase inicial e em fase de tração, o BNDES Garagem destina entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, além de capital-semente, aos negócios que passam pelo programa. Eles ainda recebem treinamento, mentoria, serviços de tecnologia e acesso a uma rede de contatos, entre outros benefícios.

"Há muitas pessoas talentosas e empreendedoras nas periferias do Brasil e que conhecem de perto as dores que estão propostas a solucionar", afirma Felipe Alves, head do Consórcio AWL, responsável pela aceleração de startups no BNDES Garagem.

"Isso pode representar uma vantagem ao se criar um produto ou serviço de impacto, ao tornar o processo de validação da solução mais rápido e com menos barreiras de conexão e entendimento das realidades das periferias."

Em 2023, mais de 90% dos negócios selecionados são liderados por pessoas diversas em gênero ou raça. Foram aprovadas startups das cinco regiões do país (51% do Sudeste, 33% do Nordeste, 11% do Norte, 2% no Sul e 2% no Centro-Oeste).

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