Publicidade
Publicidade
03/05/2006
-
19h39
GABRIELA MANZINI
enviada da Folha Online a Ibiúna
O cansaço dos jurados pode ser decisivo para a validade do julgamento do jornalista Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, que começou na manhã desta quarta-feira, seis anos após o crime.
Caso alguém do grupo de sete pessoas --quatro mulheres e três homens-- seja flagrado demonstrando cansaço excessivo, estresse ou sono, o fato poderá ser usado pela defesa de Pimenta Neves como argumento para pedir a anulação do julgamento, devido à impossibilidade dos jurados de opinar com isenção.
Em uma demonstração de que pretende colher provas para pedir a anulação do júri, os advogados do jornalista mantêm uma assistente na platéia instruída a observar o comportamento dos jurados ininterruptamente.
O julgamento de Pimenta Neves foi precedido por uma série de recursos em seu favor movidos simultaneamente, em diversas instâncias, com o objetivo de adiá-lo.
Logo que o júri começou, os advogados do jornalista voltaram a tentar adiá-lo. O advogado Frederico Muller alegou que o júri deve ser postergado, pois não houve tempo suficiente para examinar as provas; porque ainda cabem recursos contra a qualificação do homicídio --por motivo torpe--; e porque Pimenta Neves se sente constrangido pela presença da imprensa. O juiz que preside a audiência, Diego Ferreira Mendes, negou o pedido.
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras em Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo) --onde ocorre o julgamento. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido. Pimenta Neves foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público por motivo torpe --por ciúme-- e impossibilidade de defesa da vítima.
Julgamento
No início da audiência, Pimenta Neves optou pelo silêncio durante interrogatório. Para o assistente de acusação, Sergei Cobra, a atitude pode ser considerada uma confissão do crime. "O réu optou pelo silêncio. Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou [Sandra Gomide] da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe e sem possibilitar defesa."
O jornalista chegou ao local por volta das 8h, e um grupo que aguardava nas proximidades protestou com gritos de "assassino". Quatro familiares do réu e quatro da vítima acompanham o júri.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Leia mais
Júri de Pimenta Neves deve terminar antes do prazo previsto
Após quase seis anos, começa julgamento de Pimenta Neves
Julgamento de Pimenta Neves movimenta cidade no interior de SP
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Pimenta Neves
Leia a cobertura completa sobre o julgamento de Pimenta Neves
Sono dos jurados pode comprometer validade do júri de Pimenta
Publicidade
enviada da Folha Online a Ibiúna
O cansaço dos jurados pode ser decisivo para a validade do julgamento do jornalista Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, que começou na manhã desta quarta-feira, seis anos após o crime.
Caso alguém do grupo de sete pessoas --quatro mulheres e três homens-- seja flagrado demonstrando cansaço excessivo, estresse ou sono, o fato poderá ser usado pela defesa de Pimenta Neves como argumento para pedir a anulação do julgamento, devido à impossibilidade dos jurados de opinar com isenção.
Em uma demonstração de que pretende colher provas para pedir a anulação do júri, os advogados do jornalista mantêm uma assistente na platéia instruída a observar o comportamento dos jurados ininterruptamente.
O julgamento de Pimenta Neves foi precedido por uma série de recursos em seu favor movidos simultaneamente, em diversas instâncias, com o objetivo de adiá-lo.
Logo que o júri começou, os advogados do jornalista voltaram a tentar adiá-lo. O advogado Frederico Muller alegou que o júri deve ser postergado, pois não houve tempo suficiente para examinar as provas; porque ainda cabem recursos contra a qualificação do homicídio --por motivo torpe--; e porque Pimenta Neves se sente constrangido pela presença da imprensa. O juiz que preside a audiência, Diego Ferreira Mendes, negou o pedido.
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras em Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo) --onde ocorre o julgamento. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido. Pimenta Neves foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público por motivo torpe --por ciúme-- e impossibilidade de defesa da vítima.
Julgamento
No início da audiência, Pimenta Neves optou pelo silêncio durante interrogatório. Para o assistente de acusação, Sergei Cobra, a atitude pode ser considerada uma confissão do crime. "O réu optou pelo silêncio. Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou [Sandra Gomide] da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe e sem possibilitar defesa."
O jornalista chegou ao local por volta das 8h, e um grupo que aguardava nas proximidades protestou com gritos de "assassino". Quatro familiares do réu e quatro da vítima acompanham o júri.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice