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07/03/2008 - 18h14

Lula fecha inauguração de PAC em favelas do Rio com segurança e público menores

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LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio

Com um esquema de segurança mais brando e uma platéia menos numerosa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou na favela da Rocinha (zona sul) a agenda de cerimônias de inauguração de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em favelas do Rio.

Pela primeira vez na Rocinha como presidente da República, segundo a associação de moradores da favela, Lula recebeu da população local bonés e uma camiseta com a inscrição "Lula é irmão da Rocinha".

"Dá um [boné] para a Dilma [Rousseff], presidente", pediu o presidente da associação de moradores da Rocinha, na carona da boa visibilidade dada à ministra nas cerimônias do PAC nesta sexta-feira.

Chamada para ficar de pé por Lula, Dilma foi novamente apresentada aos moradores.

"É importante mostrar às pessoas quem é quem, para depois saber de quem cobrar", disse o presidente Lula, em discurso de 24 minutos de duração.

A platéia foi a menor das três favelas visitadas por Lula: cerca de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar. Mas muitos moradores assistiram à cerimônia das janelas e lajes de casas e barracos no entorno do palco, que aconteceu na localidade conhecida como Curva do S.

Na área, um descampado, Lula afirmou que será construído um hospital de emergência, uma das obras previstas no PAC da Rocinha. O presidente afirmou que a construção vai amenizar os casos de tuberculose, um dos maiores problemas de saúde da favela. A Rocinha, de acordo com o ministro Márcio Fortes (Cidades), tem áreas com a maior incidência da doença no país.

"Por conta das ruas estreitas, da umidade e da falta de ventilação tem facilidade de pegar tuberculose. Precisamos fazer uma intervenção abrupta para evitar isso", declarou o presidente.

A Estrada da Gávea, principal da Rocinha, foi toda bloqueada para a passagem de carros. Policiais militares e do Exército, à paisana, faziam o policiamento na via, onde não foram vistos soldados da Força Nacional de Segurança.

O presidente voltou a afirmar que as obras do PAC nas favelas do Rio ficarão prontas em dois anos. "Não pensem que é obra daqueles que dizem que Igreja Católica nunca termina. Essa é uma obra que eu quero, antes de deixar a presidência da República em 2010, vir aqui e inaugurar", afirmou.

Criticou novamente, também, a presença ostensiva da polícia em favelas. "Não quero proteger bandido, mas é preciso fazer uma diferenciação entre quem é morador e quem é bandido. O que não pode é o policial não ser educado, entrar batendo em todo mundo", disse.

Homenagem

No início da cerimônia, houve um minuto de silêncio pela morte da menina Ágata Marques dos Santos, 11, a pedido do presidente da associação de moradores da Rocinha Luiz de Oliveira.

Ágata foi baleada dentro de casa no dia 15 de fevereiro, durante tiroteio entre policiais civis e criminosos na favela. A família da menina, que morreu a caminho do hospital, acusou a polícia de ter feito os disparos. O caso ainda está sob investigação.

Na cerimônia, crianças da Rocinha fizeram homenagem ao presidente Lula. Declamaram um poema, entregaram placas e flores e soltaram pombos brancos com o presidente.

Obras

O PAC prevê recursos de R$ 180 milhões para a Rocinha. Entre os projetos previstos, está a construção de um anel viário no alto do morro delimitando o entorno da favela e controlando sua expansão, de uma passarela sobre a Auto-Estrada Lagoa-Barra, em São Conrado, a regularização fundiária de 30 mil residências, alargamento de vias e intervenções no sistema viário, de água, esgoto e iluminação e ainda reflorestamento de 70 mil metros quadrados na Rocinha.

 

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