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15/04/2004
-
08h56
da Folha Online
Policiais militares estão em alerta na favela da Rocinha, zona sul do Rio, por causa da morte de Luciano Barbosa Silva, o Lulu, chefe do tráfico no local. Existe a possibilidade de protesto de moradores. Também há o risco de tentativa de nova invasão na Rocinha por parte de traficantes rivais.
Segundo a PM, a madrugada desta quinta-feira foi tranqüila na favela. Não houve registro de tumulto.
O traficante e um comparsa, Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na tarde de quarta-feira em uma casa na parte alta da favela durante confronto com policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Os criminosos foram identificados por meio de exames de digitais realizados por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Após saberem da morte de Lulu, comerciantes do morro fecharam as portas em sinal de luto.
Baseados em informações passadas ao Disque-Denúncia, os policiais iniciaram às 6h a operação, visando a prisão dos traficantes. Somente no final da tarde os policiais localizaram a casa onde eles estavam. Cercados, Lulu e Digão reagiram, foram baleados e morreram a caminho do Hospital Miguel Couto.
Apreensão
Segundo a Secretaria da Segurança do Rio, com os dois criminosos foram apreendidos dois fuzis HK, outros dois fuzis de calibres diferentes, duas pistolas calibre 45, dez carregadores de pistola e munições para fuzil 762 e 556.
Também foram apreendidos quatro toucas ninja, um colete à prova de balas, dois uniformes de camuflagem do Exército, um livro de magia negra e dois sacos com pó branco --parecido com cocaína--, além de maconha.
Durante a operação, 23 suspeitos foram detidos e levados para a 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) para identificação.
Disputa
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos --sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre eles Eduíno de Araújo, o Dudu (antigo chefe do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.
Forças Armadas
O secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, se reuniu em Brasília com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o envio de homens das Forças Armadas ao Estado.
Bastos rejeitou os termos do pedido de Garotinho, que queria 4.000 militares para apoiar o combate ao crime organizado.
"Não é possível que um governo [estadual] escolha as coisas que ele quer, os instrumentos do Exército, das Forças Armadas. É uma coisa mais grave, mais normatizada do que essa. Acredito que esse não é um pedido que possa ser atendido. Isso não quer dizer que nós tenhamos descartado essa hipótese", disse Bastos.
Segundo o ministro, os termos do pedido da governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), não condizem com os preceitos legais. "A intervenção, a presença do governo federal, tropas para manter a lei e a ordem em unidades federativas têm requisitos constitucionais, requisitos de uma lei complementar e de um decreto. Não se trata deste caso."
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Policiais militares estão em alerta na favela da Rocinha, zona sul do Rio, por causa da morte de Luciano Barbosa Silva, o Lulu, chefe do tráfico no local. Existe a possibilidade de protesto de moradores. Também há o risco de tentativa de nova invasão na Rocinha por parte de traficantes rivais.
Segundo a PM, a madrugada desta quinta-feira foi tranqüila na favela. Não houve registro de tumulto.
O traficante e um comparsa, Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na tarde de quarta-feira em uma casa na parte alta da favela durante confronto com policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Os criminosos foram identificados por meio de exames de digitais realizados por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Secretaria da Segurança |
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Corpos de Lulu e de comparsa |
Baseados em informações passadas ao Disque-Denúncia, os policiais iniciaram às 6h a operação, visando a prisão dos traficantes. Somente no final da tarde os policiais localizaram a casa onde eles estavam. Cercados, Lulu e Digão reagiram, foram baleados e morreram a caminho do Hospital Miguel Couto.
Apreensão
Segundo a Secretaria da Segurança do Rio, com os dois criminosos foram apreendidos dois fuzis HK, outros dois fuzis de calibres diferentes, duas pistolas calibre 45, dez carregadores de pistola e munições para fuzil 762 e 556.
Também foram apreendidos quatro toucas ninja, um colete à prova de balas, dois uniformes de camuflagem do Exército, um livro de magia negra e dois sacos com pó branco --parecido com cocaína--, além de maconha.
Durante a operação, 23 suspeitos foram detidos e levados para a 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) para identificação.
Disputa
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos --sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre eles Eduíno de Araújo, o Dudu (antigo chefe do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.
Forças Armadas
O secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, se reuniu em Brasília com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o envio de homens das Forças Armadas ao Estado.
Bastos rejeitou os termos do pedido de Garotinho, que queria 4.000 militares para apoiar o combate ao crime organizado.
"Não é possível que um governo [estadual] escolha as coisas que ele quer, os instrumentos do Exército, das Forças Armadas. É uma coisa mais grave, mais normatizada do que essa. Acredito que esse não é um pedido que possa ser atendido. Isso não quer dizer que nós tenhamos descartado essa hipótese", disse Bastos.
Segundo o ministro, os termos do pedido da governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), não condizem com os preceitos legais. "A intervenção, a presença do governo federal, tropas para manter a lei e a ordem em unidades federativas têm requisitos constitucionais, requisitos de uma lei complementar e de um decreto. Não se trata deste caso."
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