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Dia 10.05.02

 

 

Pobres tornam-se alvo dos bancos

Como mais da metade da população brasileira ganha até dois salários mínimos, os pobres passam a ser o novo alvo dos bancos. A classe de baixa renda movimenta, nada menos que, 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja: R$ 120 bilhões por ano. Além disso, com a perspectiva de recuo da queda dos juros básicos, cai a rentabilidade dos bancos com títulos públicos. Então, as instituições estão de olho no potencial de vender produtos financeiros para os pobres para compensar esse ganho menor.

Os bancos invertem o raciocínio para tentar descobrir o que a classe baixa deseja. Entre os produtos financeiros mais desejados por quem recebe entre um e cinco salários mínimos por mês (R$ 200 e R$ 1.000), estão os planos de aposentadoria, títulos de capitalização e seguro-saúde. Por último vem o seguro do carro, o bem durável mais desejado depois da casa própria. Com um pé atrás, o bancos investirão nesse filão.

Enquanto isso, os pobres recorrem a crediários de até 10 vezes para ter em casa produtos comuns nas casas de classe média. Videocassetes e máquinas de lavar são adquiridos de várias parcelas depois de muita conta e conversa com a família. Tudo para verificar se o crediário cabe no restrito orçamento. Mas os pobres têm comprado bens duráveis e conseguido um pouco mais de conforto. Mesmo sendo o alvo dos bancos, as entidades terão cuidado redobrado com os clientes pessoa física.

Leia mais:
- Pobres recorrem a crediários e "muita conta" antes de comprar
- Público de baixa renda quer serviços bancários especiais
- Freio na queda de juros e desemprego fazem bancos reduzirem empréstimos

 

 
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Freio na queda de juros e desemprego fazem bancos reduzirem empréstimos

A mudança de cenário na economia, com a interrupção no corte dos juros e o aumento do desemprego, fez com que os principais bancos privados reduzissem a concessão de empréstimos neste início de ano. A ordem é evitar que a inadimplência fuja do controle. No Unibanco, que divulgou ontem seu balanço no primeiro trimestre, o volume da carteira de crédito (incluindo pessoas físicas e empresas) caiu 2,1% em relação ao fim de 2001. Passou de R$ 25,827 bilhões, em dezembro, para R$ 25,284 bilhões em março deste ano.

Os balanços do Bradesco e do Itaú já haviam indicado uma mudança de rota nos bancos. No Bradesco, a concessão de crédito quase não saiu do lugar - alta de 0,35% - enquanto o Itaú teve queda de 5,23%, sempre na comparação entre o fim de 2001 e os primeiros três meses deste ano.

"Diminuímos a velocidade do carro. A expectativa é que o Banco Central não volte a reduzir os juros a curto prazo. Além disso, o aumento do risco Brasil pode ter impacto sobre o mercado. Por isso, é preciso ter muita prudência", diz o diretor-executivo do Unibanco, Geraldo Travaglia.

Fiéis a essa linha de cautela, os principais bancos privados do país mudaram suas previsões para o crescimento da carteira de crédito até o fim do ano. O Unibanco, conta Travaglia, reviu sua projeção de 20% para 15%. Bradesco e Itaú também falam em 15%, depois de preverem até 25%.

O cuidado redobrado não vai se limitar aos clientes pessoa física, cujo risco de crédito é pulverizado. Os bancos estão mais seletivos ao negociar, por exemplo, com as médias empresas - em tese, mais suscetíveis ao aumento de risco. No Unibanco, o volume de crédito voltado para esse segmento caiu de R$ 1,015 bilhão, em dezembro, para R$ 901 milhões no fim do primeiro trimestre deste ano - menos 11,2%.

Não é boa a notícia de que os bancos pretendem racionar o crédito. A economia depende da ampliação dos financiamentos, e a juros mais baixos do que os atuais, para voltar a reagir e criar novos empregos. A retração dos financiamentos também explica, em boa parte, a diminuição dos ganhos dos bancos no primeiro trimestre deste ano.

O Bradesco lucrou R$ 425,2 milhões entre janeiro e março, apenas 1,14% acima do mesmo período de 2001. O resultado do Itaú foi ainda pior: queda de 19,43% - de R$ 625,2 milhões para R$ 503,7 milhões, bem longe dos números mágicos que têm caracterizado o desempenho do setor.

O lucro líquido do Unibanco no primeiro trimestre foi de R$ 222 milhões, 5,7% a mais do que em 2001. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, houve queda de 7,9%. Segundo Travaglia, a estratégia do banco para manter sua receita é ampliar a massa de clientes com renda mensal acima de mil reais.

É uma forma de administrar o risco do seu crédito e aumentar o ganho com a cobrança de tarifas. O Unibanco informou ter conquistado 200 mil novos clientes nos três primeiros meses deste ano. Com isso, a instituição tem agora uma base de 5,4 milhões de contas ativas.

(O Globo)

 

 
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