Negros
terão cota de 20% no serviço público federal
O presidente
Fernando Henrique Cardoso anuncia na segunda-feira que 20% das vagas
do serviço público federal serão reservadas
para negros. A iniciativa já havia sido adotada pelos ministérios
do Desenvolvimento Agrário e da Justiça. Ela faz parte
de um pacote de intenções do governo na área
de direitos humanos.
A assinatura
acontece no dia 13 de maio, em que se comemora o aniversário
da Lei Áurea. Na cola da abolição, o presidente
deve anunciar ainda que o governo reconhece a escravidão
e o tráfico de escravos como "violações
graves dos direitos humanos e devem ser considerados crimes contra
a humanidade".
A nova versão
do Programa Nacional de Direitos Humanos vai defender também
a união civil de pessoas do mesmo sexo, a mudança
do registro civil para os transexuais e a exclusão da expressão
"pederastia" do Código Penal Militar. O homossexualismo
é considerado crime pelas Forças Armadas, passível
de expulsão.
Leia
mais
- Cota
para negros será ampliada
- Na
reta final, governo quer avançar em direitos humanos
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Cota
para negros será ampliada
O presidente
Fernando Henrique Cardoso anuncia na segunda-feira a destinação
de 20% de todas as vagas do serviço público federal
para negros. A iniciativa, que havia sido adotada apenas pelos ministérios
do Desenvolvimento Agrário e da Justiça, faz parte
de um pacote de intenções do governo na área
de direitos humanos. No dia em que se comemora o aniversário
da edição da Lei Áurea, o presidente vai anunciar
também que o governo vai apoiar o reconhecimento de que a
escravidão e o tráfico de escravos constituíram
"violações graves dos direitos humanos e devem
ser considerados crimes contra a humanidade".
Na versão
atualizada do Programa Nacional de Direitos Humanos, o governo vai
defender pela primeira vez apoio à união civil de
pessoas do mesmo sexo, à mudança do registro civil
para os transexuais e à exclusão da expressão
pederastia do Código Penal Militar. O homossexualismo é
considerado pelas Forças Armadas crime passível de
expulsão.
Essas propostas
eram reivindicações de entidades de defesa dos direitos
dos homossexuais que constavam no documento que o Brasil apresentou
na Conferência Mundial contra o Racismo, na África
do Sul, no ano passado. Ao defender a união entre homossexuais,
o governo assume o apoio ao projeto da ex-deputada e hoje prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que tramita na Câmara
e enfrenta a oposição da base do governo e de setores
ligados a movimentos religiosos.
Fernando Henrique
anunciará ainda a criação do Conselho Nacional
dos Direitos do Idoso e do Conselho Nacional do Direito à
Alimentação, que funcionarão no âmbito
do Ministério da Justiça.
O presidente
vai sancionar o projeto de lei que trata da violência intra-familiar,
aprovado no Congresso, que assegura a expulsão do domicílio
do cônjuge agressor. O projeto é da deputada Nair Xavier
Lôbo (PMDB-GO). Fernando Henrique anunciará o envio
de projeto ao Congresso estendendo às vítimas de trabalho
forçado e escravo o direito ao seguro-desemprego do Ministério
do Trabalho.
(O Globo)
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