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abastecimento
21/10/2003
Racionamento para 440 mil começa amanhã

Uma semana após cancelar o racionamento nas cidades abastecidas pelo sistema Alto Cotia (na Grande São Paulo), a Sabesp voltou a anunciar o rodízio de água para 440 mil moradores dos municípios de Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra e Vargem Grande Paulista a partir das 6h de amanhã.

A volta do racionamento foi motivada pela queda nos níveis da represa Pedro Beicht- de 8,2% no último dia 13, após dois dias de chuva, para 5,8% na manhã de ontem. Há duas semanas, quando o racionamento no Cotia foi anunciado, o sistema estava com 7,6% de sua capacidade. Os índices são os mais baixos já registrados pela Sabesp na represa.

A suspensão do racionamento na semana passada foi criticada por especialistas em recursos hídricos, que afirmaram que a Sabesp adiava o inevitável na tentativa de evitar um desgaste político. Para eles, não havia razões técnicas que justificassem a decisão.

Apesar dos baixos índices, o secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, defendeu a medida. "Desgaste político seria se não fizéssemos o racionamento. A Sabesp é uma empresa de saneamento e não de racionamento. As pessoas ficaram uma semana a mais com água." Mas dessa vez, segundo o secretário, a medida será "irreversível" e por tempo indeterminado.

A partir das 6h de amanhã, os moradores dos municípios afetados ficarão 36 horas sem abastecimento e outras 36 horas com água. Os bairros foram divididos em dois grandes grupos: um primeiro ficará sem água das 6h do dia 22 até 18h do dia 23, o segundo grupo terá as torneiras vazias das 6h do dia 25 até 18h do dia 26, e assim por diante.

Os moradores dos bairros localizados em pontos mais altos ou longe dos reservatórios serão os mais afetados, podendo ficar até 40 horas sem água. "O racionamento não atinge as pessoas de forma igual. Quem mora em bairros altos leva um tempo maior para receber a água. A população de baixa renda que não tem caixa-d'água também sai mais prejudicada", afirma o secretário.

Escolas, delegacias, postos de saúde, estações rodoviárias e hospitais terão caminhões-pipa à disposição para emergências.

A tabela com os bairros afetados e os horários do corte será distribuída em folhetos para a população e estará no site da empresa, www.sabesp.com.br. O telefone 195, com ligação gratuita, ficará disponível 24 horas para quem quiser esclarecer dúvidas.

Estado de alerta
De acordo com o secretário e o presidente da Sabesp, Dalmo Nogueira, os sistemas Cantareira e Alto Tietê estão em estado de alerta, mas não entrarão em racionamento neste mês. O nível da água nos sistemas também tem caído nas últimas semanas.

No Cantareira, que abastece metade da região metropolitana, o índice caiu de 9,4% no dia 13 para 7,7% ontem. Se a capacidade do sistema chegar a 5%, a captação da água poderá ficar comprometida, uma vez que com o nível muito baixo as máquinas captam terra e sujeira do fundo da represa, dificultando o tratamento.

O Alto Tietê, responsável por atender 2,7 milhões de moradores da Grande São Paulo, teve uma redução pequena na última semana (de 22% no dia 13 para 21,4% ontem), mas continua em alerta. Uma decisão sobre o possível racionamento nos dois sistemas saíra apenas em novembro, segundo o secretário.

Para evitar racionamentos futuros, o presidente da Sabesp afirmou que pretende estabelecer um tipo de premiação nos próximos anos para usuários que economizarem água. Seria uma maneira, segundo Nogueira, de estimular a população a gastar menos.

Outro projeto, para este ano ainda, deverá ser anunciado em dez dias. Trata-se de convênio com a Nossa Caixa para financiar a troca de válvulas sanitárias antigas. "Uma válvula de bacia sanitária antiga gasta cerca de 30 litros de água por vez. Os novos modelos consomem de dois a seis litros e os modelos a vácuo apenas um litro", explica Nogueira.

 

SIMONE IWASSO
Da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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