Jovens
não acreditam nos impactos de suas ações,
aponta pesquisa
Rodrigo
Zavala
Equipe
GD
Você
acredita que suas ações podem melhorar o mundo
ou, pelo menos, sua própria vida? Pois bem, 24% dos
jovens brasileiros rechaçam essa idéia. Não
enxergam impactos econômicos, sociais ou ambientais
em suas ações. O índice, considerado
altíssimo, faz parte do estudo nacional "Os jovens
e o consumo sustentável - construindo o próprio
futuro", divulgado hoje (14/03) pelo Instituto Akatu
pelo Consumo Consciente.
Os resultados
surpreenderam os pesquisadores, que buscavam saber o que os
jovens consumidores pretendiam fazer para assegurar o futuro
do país. "Como vamos pensar nesse tipo de consciência
se os jovens desconhecem sua participação na
sociedade", afirmou Hélio Mattar, presidente do
Instituto. Entende-se como consumo consciente aquele que satisfaz
as necessidades individuais, sem perder de vista a preservação
do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento
humano.
Os questionários
foram aplicados a jovens de 18 a 25 anos, residentes em 9
regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de janeiro,
Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Recife,
Salvador, e Fortaleza. Além disso, foram incluídas
as cidades de Goiânia e Brasília. "Procuramos
elaborar uma pesquisa qualitativa que abarcasse todas as regiões
do país", explicou o cientista social Paulo Cidade,
da Indicator Pesquisas de Mercado, empresa responsável
pela sistematização dos dados.
Os assuntos
que mais preocupam os jovens também desapontaram os
responsáveis pelo estudo. Apenas 10% dos entrevistados
possuem interesse em assuntos relacionados a política
ou sociedade. Preferem "quebrar a cabeça"
em questões como educação profissional
(85%).
"Organizações
sociais e políticas não são instrumentos
com os quais eles contam. Parecem caminhar descolados de sua
realidade em direção a objetivos individuais",
apontou o cientista social.
Os dados
foram comparados à pesquisa Is the Future yours? (O
futuro é de vocês?), realizada todos os anos
pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco)
em 24 países. Foi percebido que o Brasil alinha-se
com outros países em desenvolvimento, onde as taxas
de desemprego costumam ser maiores. Para se ter uma idéia,
a importância da educação profissional
para os jovens mexicanos chega a 91%, enquanto na Itália
não ultrapassa 40%.
Para mudar
esse quadro, o Instituto Akatu defende que a discussão
chegue à sala de aula. Segundo seu presidente, Hélio
Mattar, a instituição já disponibilizou
material pedagógico para 20 mil estudantes. "Desenvolvemos
projetos em que os alunos sejam protagonistas do aprendizado",
conta. As escolas interessadas podem se cadastrar pelo site
www.akatu.net.
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