Mulheres
aumentam participação no mercado, mas ainda
são discriminadas
Rodrigo
Zavala
Especial para o GD
Às
vésperas do Dia Internacional da Mulher a mídia
alardeou todo o tipo de pesquisa para estabelecer um perfil
da mulher brasileira. As conclusões mostram que o Brasil
ainda dá passos muitos curtos em relação
à igualdade de direitos entre homens
e mulheres, principalmente no mercado de trabalho. Embora
a participação
da mulher tenha aumentado entre o ano de 2000 para 2001
(de 52,7%, para 53,7%), a taxa
de desemprego da parcela feminina da população
ainda é maior que a dos homens.
A mesma
diferença é constatada quando são comparados
os rendimentos
entre ambos os sexos, que chegam a ser 31% menores para as
mulheres. Ao mesmo tempo em que sonham igualar sua renda à
dos homens, travam uma batalha dentro da própria classe.
A discriminação
de gênero, aliada ao preconceito étnico,
faz as negras receberem a metade dos salários recebidos
por não-negras.
Outra
pesquisa aponta que 25%
dos domicílios brasileiros são chefiados
pela parcela feminina da população. Com rendimento
médio de R$ 591 por mês, a metade delas, porém,
recebe R$ 276 ou menos e 19,4% não sabem sequer ler
e escrever. E são elas as responsáveis pela
criação e educação de
2,3 milhões de crianças de 0 a 6 anos.
Leia
dossiê especial sobre o perfil da mulher brasileira:
- Sociedade brasileira ainda é machista,
afirmam mulheres
- Atuação
feminina no mercado de trabalho tem maior aumento desde 99
- Entre
elas, o desemprego é maior, diz o Dieese
- Cai
diferença de renda entre homem e mulher
- Mulheres
brancas ganham o dobro das negras
- Mulheres
comandam 25% das casas, mas têm instrução
e salários baixos
- Mais crianças vivem com mulheres pobres
- Chefes
estão sozinhas e mais velhas
- Elas
podem ser maioria, mas enfrentam preconceito
- Discriminação
persiste nos altos escalões das empresas
- Mulheres
vencem preconceito e ampliam espaço no mercado financeiro
- Mulheres
se preparam para assumir metade dos cargos de analista
- No
Nordeste, são elas que comandam mais
- Na
política, têm propostas
- Para
a ONU, são as maiores vítimas na guerra
- Mulheres
têm menos acesso à saúde, diz Opas
- Biblioteca Virtual oferece informações
sobre questões relacionadas à mulher
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Sociedade
brasileira ainda é machista, afirmam mulheres
No ano
passado, a Fundação Perseu Abramo, de São
Paulo, espalhou entrevistadores por todo o país para
realizar a pesquisa "A Mulher Brasileira nos Espaços
Público e Privado". Durante as entrevistas, 2.502
mulheres, rurais e urbanas, em 187 municípios de 24
Estados, foram questionadas sobre situação social
do país, sexualidade, estética e preconceito.
Entre
as principais constatações do estudo está
a diferença de gênero no país. Segundo
89% das entrevistadas, a sociedade ainda mantém idéias
machistas. Quase empatadas, as reivindicações
feitas pelas entrevistadas são: o direito ao trabalho
(28%) e direito à saúde (27%). Aliás,
os pesquisadores constataram que a preocupação
com a saúde é uma constante, principalmente
se relacionada com a sexualidade: 79% estão felizes
com sua vida sexual e 91% usam camisinhas.
As informações são da revista Época.
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Mais
crianças vivem com mulheres pobres
Na comparação
com 1991, houve aumento do número absoluto de crianças
brasileiras de zero a seis anos vivendo em casas chefiadas
por mulheres pobres - com renda mensal de até dois
salários mínimos. O número passou de
1,7 milhão de crianças para cerca de 2,3 milhões
em 2000.
Essas
crianças eram 10% do total de 22,9 milhões de
brasileiros nessa faixa etária e 56,9% das 4 milhões
que vivem em domicílios que têm mulheres como
responsáveis, em 2000. Em 1991, elas representavam
7,4% do total de 23,2 milhões de crianças nessa
faixa etária e 71,3% das que viviam em famílias
chefiadas por mulheres.
Esses
dados foram divulgados ontem pelo IBGE, no relatório
"Perfil das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios
no Brasil", baseado no Censo 2000.
Para o
IBGE, o aumento de crianças de zero a seis anos vivendo
com mulheres pobres pode ser explicado pela queda na taxa
de fecundidade, dissolução dos casamentos, gravidez
precoce e pelo aumento do número de mulheres responsáveis
por domicílios.
De acordo com dados do Censo 2000, a mulher responde por um
em cada quatro domicílios no Brasil -um crescimento
de 37,6% em relação a 1991.
"Com
a queda na fecundidade, o número total de crianças
de zero a seis anos diminuiu. Por outro lado, sabemos que
a gravidez de adolescentes cresceu, e isso se reflete na condição
dessas crianças que vivem com mulheres", afirmou
Lilibeth Ferreira, chefe da Divisão de Estudos e Pesquisa.
Divulgados
para comemorar o Dia Internacional da Mulher (hoje), os números
do IBGE mostram a condição de vulnerabilidade
social de muitas famílias chefiadas por mulheres, apesar
dos espaços ocupados pelas brasileiras -hoje mais escolarizadas
e com maior acesso ao mercado de trabalho.
"Essas
crianças vivem em famílias paupérrimas,
pois renda de dois salários mínimos, numa família
de quatro pessoas, dá meio salário mínimo
mensal per capita", afirmou Ana Lúcia Sabóia,
coordenadora da publicação.
É
na fase inicial da vida que o desenvolvimento do cérebro
ocorre de forma mais rápida. A saúde e a nutrição
têm efeito direto no desenvolvimento emocional e intelectual
das crianças.
No indicador
da condição de pobreza de crianças, o
Maranhão é o pior colocado: das crianças
de zero a seis anos que vivem em domicílios chefiados
por mulheres, 78% estão em domicílios cuja renda
do responsável é inferior a dois salários
mínimos. A seguir vêm Piauí (77%) e Ceará
(69,1%).
O rendimento
é a principal medida da dificuldade e da desigualdade
enfrentadas pelas chefes de família: metade delas (5,5
milhões de mulheres) ganha R$ 276 por mês. O
rendimento mensal médio do total delas é de
R$ 591 -71,5% da média recebida pelos chefes de domicílio
do sexo masculino.
A chefe
de família no Nordeste ainda tem o pior rendimento
-R$ 376- em comparação com os R$ 712 ganhos
no Sudeste.
Estudos
do IBGE revelam que o rendimento do chefe de família
representa, em média, 70% do orçamento familiar.
Nos domicílios chefiados por mulheres, o índice
é ainda maior, já que, em 90% deles, as mulheres
não vivem com o cônjuge masculino e são
as principais ou as provedoras da casa.
A defasagem
na renda feminina diminuiu em relação a 91.
Isso se deve, em grande parte, às conquistas na educação.
A taxa de alfabetização subiu de 80,6%, em 91,
para 87,5%, em 2000.
(Folha
de S. Paulo)
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Biblioteca
Virtual oferece informações sobre questões
relacionadas à mulher
A Biblioteca
Virtual da Mulher (BVM) é um projeto do Conselho Estadual
dos Direitos da Mulher - Cedim/RJ. Criado para reunir num
único local uma seleção organizada de
informações referentes ao tema Mulher e Relações
de Gênero, o site (www.prossiga.br/bvm/cedim)
disponibiliza uma seleção de
links brasileiros e estrangeiros que tratam do assunto.
As
informações são do Instituto Ethos.
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