Entenda o processo estresse x obesidade
REINALDO
CARUSO
da
Folha Online
Estresse engorda, sim. Mas não é somente um reflexo psicológico de compensação oral, como se costumava dizer.
Há um aumento de apetite, fruto de uma reação combinada de agentes químicos desencadeada pela tensão.
São neurotransmissores e hormônios que, além de aumentar a fome, provocam o acúmulo de gordura, principalmente nas regiões abdominal, do tronco e rosto.
O estresse leva a hipófise (glândula de secreção situada no centro do cérebro) a produzir mais hormônio ACTH, por motivos ainda não muito bem-esclarecidos.
Este estimula a glândula supra-renal a produzir mais cortisol (hormônio conhecido como cortisona natural).
O cortisol, quando em excesso, inibe a leptina, substância reguladora do apetite e que age no hipotálamo.
O cortisol permite também uma maior retenção de líquidos e maior síntese e acúmulo de gordura.
Dessa forma, os dois fatores combinados _o apetite maior e o metabolismo propício ao acúmulo de gordura_ levam à obesidade.
A adrenalina, também em altas taxas em situações de tensão, tem ação no sistema circulatório e acaba por alterar algumas funções metabólicas.
Em estudo
Outro agente nesse processo cuja ação ainda não está completamente esclarecida é a serotonina. Ela é um neurotransmissor (substância que leva informações de uma célula a outra) responsável pela sensação de prazer, saciedade e reações do corpo ao ambiente.
Observa-se uma baixa de seus níveis em casos de depressão _que pode ser resultdo do estresse. Ainda não está claro se sua falta, por si só, agiria como motivador do apetite, se ela teria um papel desencadeador em outras glândulas ou ação conjunta com outras enzimas.
Fontes: Cyro Guimarães Jr., endocrinologista, professor de endocrinologia da faculdade de medicina da USP (Universidade de São Paulo); Alfredo Halpern, endocrinologista, professor livre-docente do departamento de endocrinologia da USP e coordenador do site emagrecendo.com.br; José Marcondes, endocrinologista do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio Libanês; Marcelo Bronstein, endocrionologista, professor de endocrinologia da USP
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