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14/07/2004 - 11h03

Sem patrocínio, clubes do país abandonam futebol feminino

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KLEBER TOMAZ
da Folha Online

São Paulo, Vasco e Portuguesa, clubes brasileiros que formaram a base da seleção brasileira de futebol feminino em Sydney-2000, extinguiram seus departamentos femininos logo após o fracasso na Olimpíada --o time perdeu na disputa pelo bronze.

Procurados pela reportagem, os times foram unânimes em afirmar que as perdas das medalhas olímpicas tanto na Austrália quanto nos EUA (em Atlanta-1996, a equipe também caiu no jogo que valia o terceiro lugar) contribuíram para que os investidores abandonassem o futebol feminino.

"Logo depois da última Olimpíada, os patrocinadores foram embora. Acredito que a falta de verba e manutenção acabaram sendo responsáveis pelo fechamento da categoria feminina aqui", disse o gerente de comunicação do São Paulo, Carlos Bortole.

Em Sydney-2000, o time do Morumbi respondia por oito das 18 atletas da seleção. "Por enquanto, não se fala em voltar [o futebol feminino]", disse Bortole.

Segundo informou a assessoria de imprensa da Portuguesa, "sem recursos financeiros, o futebol feminino acabou se desintegrando no clube."

Para Paulo Gonçalvez, diretor do departamento de futebol infanto-juvenil do Vasco (que antes era atrelado ao futebol feminino), foi impossível manter o time sem parcerias. "Não dava para dar prosseguimento a uma equipe que tinha um alto investimento e pouco retorno, já que não existiam mais campeonatos", disse.

Amadorismo

Mesmo diante da falta de investimento financeiro e sem contar com uma competição nacional --ou mesmo estadual-- de futebol feminino, os cinco clubes do país que contam com jogadoras na seleção brasileira que irá a Atenas ainda apostam nas mulheres.

O Juventus, que cedeu a atacante Cristiane, 19, possui uma equipe adulta feminina, mas nenhuma atleta recebe dinheiro por isso. "Não há salários no Juventus. Na verdade priorizamos apenas as meninas até 18 anos, que ganham moradia, escola e alimentação", disse a técnica do clube da Rua Javari, Magali Aparecida Fernandes.

Outro clube que vive o amadorismo é o Santos, que cedeu a volante Renata. Depois do fim da parceria com a prefeitura de Itanhaém, o time da Vila Belmiro paralisou por tempo indeterminado suas atividades, liberou as jogadoras, chamadas eventualmente para amistosos, e teme pelo fechamento do departamento.

Após investir no futebol nacional até 1998, o Saad se lançou em uma empreitada nos Estados Unidos, onde tenta a inclusão da equipe numa futura liga norte-americana.

"A falta de competições e patrocínios pesou nessa decisão. Atualmente só reunimos o Saad para torneios de exibição no Brasil", disse o vice-presidente do time, Romeu Carvalho de Castro.

Osasco, Juventus e São Francisco são as outras equipes que têm atletas no time que se prepara ir a Atenas.

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