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25/07/2008 - 20h53

Maioria dos sérvios se opõe à extradição de Karadzic a Haia

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da Folha Online

A maioria dos sérvios se opõe à extradição do ex-líder político dos servio-bósnios Radovan Karadzic ao Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) de Haia, apesar de 42% aprovarem sua detenção, de acordo com uma pesquisa publicada nesta sexta-feira na Sérvia.

Ao menos 54% dos entrevistados são contra o traslado de Karadzic --detido segunda-feira e acusado por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, após quase 13 anos foragido--, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto Strategic Marketing.

O advogado do ex-líder anunciou que recorrerá da decisão de extradição nos últimos minutos desta sexta-feira, último dia do prazo legal para o pedido. O objetivo do advogado é atrasar até a próxima semana o processo de extradição de Karadzic, preso nesta segunda-feira (21) e acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, para que sua família possa visitá-lo em Belgrado.

A detenção de Karadzic é aprovada por 42% das pessoas interrogadas, e 43% são partidárias de que sejam presos os outros dois responsáveis procurados pelo TPII: o ex-chefe militar dos servo-bósnios, general Ratko Mladic, e o líder dos sérvios da Croácia, Goran Hadzic.

Ao menos 33% dos sérvios consideram Karadzic um "herói".

Para a pesquisa, foram entrevistadas 1.023 pessoas, ontem, na Sérvia.

O TPII é considerado um organismo "parcial" e "anti-sérvio" por 86% dos entrevistados, mas 70% disseram apoiar a cooperação do governo com o tribunal, o que é reivindicado pela União Européia para que o país possa avançar em sua integração ao bloco.

Áustria

O Ministério do Interior da Áustria confirmou hoje que Karadzic esteve em Viena em maio do ano passado, onde ofereceu tratamento para uma mulher com problemas de fertilidade.

Um porta-voz do Ministério confirmou assim uma informação que será publicada pelo jornal "Kronenzeitung" amanhã, em uma reportagem que diz que Karadzic chegou a ser interrogado pela polícia austríaca sobre um crime que teria sido cometido na capital austríaca em maio de 2007.

Reuters
Montagem mostra foto recente do ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic e imagem dele em 1995; ele foi preso na Sérvia
Montagem mostra foto recente do ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic (à esq.) e imagem dele em 1995, pouco antes de fugir

Em maio do ano passado um homem atirou em outro e depois fugiu após uma briga em um bar sérvio em um bairro operário de Viena.

A polícia austríaca revistou a casa de um dos suspeitos do crime, onde os agentes encontraram sua namorada e um misterioso idoso de cabelo e barba longos, que assegurou chamar-se Petar Glumac, mas que na realidade era Karadzic, como as autoridades sabem agora.

Karadzic mostrou aos agentes documentos croatas falsificados com o nome de Petar Glumac, nascido em Litova Poldje, na Croácia, em 16 de março de 1930, relata o jornal de Viena.

Segundo o diário, que cita fontes policiais, Karadzic teria vendido pomadas naturais contra a infertilidade para a mulher e contra os problemas de ereção do marido dela.

Autodefesa

Ainda segundo seu advogado, Karadzic deve assumir a própria defesa durante seu processo em Haia, da mesma forma que fez seu aliado Slobodan Milosevic --ex-presidente sérvio, enviado a Haia em 2000 e que morreu em 2006, antes da conclusão de seu processo.

"Karadzic terá uma equipe de juristas na Sérvia que o ajudará em sua defesa, mas defenderá a si mesmo no TPII", afirmou nesta terça-feira à imprensa. "Ele está convencido que, com a ajuda de Deus, ganhará".

Ele foi detido na segunda-feira à noite (21) em Belgrado pelos serviços secretos sérvios depois de ter permanecido foragido por quase 13 anos, desde que em 1995 foi acusado de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Durante esse período conseguiu escapar das autoridades utilizando uma identidade falsa.

Segundo o porta-voz da Procuradoria sérvia de crimes de guerra, Bruno Vekaric, Karadzic pode ser extraditado ao TPII no final desta semana ou no começo da próxima. Apesar da previsão, Vekaric não precisou a data da extradição.

Com France Presse e Efe

 

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