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Hamas executa "colaboradores" de Israel, diz "Haaretz"
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da Folha Online
O jornal israelense "Haaretz" informou nesta quinta-feira que, desde o início da grande ação militar de Israel na faixa de Gaza --que matou mais de 700 palestinos--, o movimento radical islâmico Hamas tem executado pessoas suspeitas de colocar em risco a resistência palestina e o domínio do grupo sobre aquele território ou a "moral pública".
De acordo com o jornal, os alvos do Hamas são os membros do grupo rival, o secular Fatah --ao qual pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas--; pessoas condenadas ou suspeitas de colaborar com Israel e outros criminosos "comuns".
O jornal cita uma estimativa de que o número de suspeitos executados varie entre 40 e 80, mas ressalta que, com "o medo de andar nas ruas e a ausência da mídia", é "virtualmente impossível verificar os números ou identidades dos mortos".
Um ativista político não-identificado ouvido pelo "Haaretz" que, ainda de acordo com o jornal, não apoiaria nem Hamas nem Fatah, afirmou acreditar que, no ambiente hostil ocasionado pela ofensiva, é provável que o Hamas esteja tentando evitar que os efetivos colaboradores de Israel mantenham suas atividades.
O "Haaretz", mais uma vez baseado em fontes não-identificadas, afirma que "integrantes do Hamas" confirmaram que houve execuções e contaram que ao menos algumas das vítimas admitiram ter passado informações ao Shin Bet (o serviço de segurança interna israelense) que teriam ocasionado o assassinato de palestinos.
Conforme o jornal, mesmo sob ataque, o Hamas continua prendendo suspeitos de crimes e de integrar o Fatah --muitos deles foram libertados com os bombardeios às prisões. "Fontes independentes e gente ligada ao Fatah dizem que entre as práticas do Hamas estão confisco de celulares, espancamentos, prisões domiciliares e incêndio das pernas dos prisioneiros."
Oficiais do Hamas disseram na quinta-feira passada (1º), oficiais do Fatah enviaram alertas aos integrantes da organização que são das forças de segurança pública sugerindo que eles ficassem confinados em casa pelas próximas 48 horas --as forças de segurança estão sob o comando do ministro do Interior, Said Siyam, do Hamas.
Combate
Nesta quinta-feira, o Exército israelense realizou, pelo segundo dia consecutivo, uma trégua de três horas nos ataques a Gaza para que a população palestina possa receber cargas de ajuda humanitária e realizar funerais. Enquanto isso, no norte de Israel, o clima nesta quinta é de tranquilidade, apesar da queda de foguetes disparados do Líbano, mais cedo.
"Esta manhã, tinham sido detectados movimentos de tropas do outro lado da fronteira, mas a situação agora está tranquila", disse para a agência de notícias Efe a soldado israelense Dora Geisman, posicionada na zona fronteiriça.
Em dois episódios, na madrugada e na manhã desta quinta-feira, ao menos cinco foguetes lançados a partir do Líbano atingiram o norte de Israel. Duas pessoas ficaram feridas nos ataques, que foram respondidos por Israel. Não há informação sobre vítimas da retaliação israelense no Líbano.
De acordo com o chefe de polícia da cidade de Nahariya, o subcomissário Menachem Haver, israel "esperava" por ataques a partir do Líbano e, além dos feridos, seis pessoas tiveram de ser socorridas por estarem emocionalmente abaladas.
O temor de Israel é o de que os foguetes tenham sido lançados pelos militantes xiitas do Hizbollah. O grupo, como o Hamas, combate Israel e é considerado por Washington uma organização terrorista. Com a ofensiva em Gaza, o Hizbollah multiplicou seus discursos de apoio ao movimento palestino --porém sem mencionar apoio militar.
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