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14/08/2003
-
18h27
da Folha Online, em Nova York
Um enorme blecaute deixou sem luz hoje boa parte da Costa Leste dos Estados Unidos, incluindo cidades como Nova York, Cleveland e Detroit. O blecaute começou pouco depois das 16h20 (17h20 em Brasília). Também foram atingidas Toronto e Ottawa, no Canadá.
A falta de energia transformou em caos o trânsito na ilha de Manhattan. Nem os semáforos nem o metrô estão funcionando. Por esse motivo, a cidade foi tomada por congestionamentos gigantescos.
As pontes que levam à ilha estão abertas apenas para quem sai do local, a fim de evitar uma piora nos congestionamentos. As linhas de ônibus estão operando normalmente, apesar de atrasos frequentes.
A companhia de energia da cidade de Nova York, a ConEd, informou que a luz só deve retornar depois da meia-noite local (1h de sexta-feira no Brasil).
Era momento do fim do expediente nos escritórios e muitos trabalhadores foram obrigados a voltar para casa a pé. A polícia tenta organizar o trânsito, mas os carros não têm para onde se deslocar.
O principal meio de transporte entre Manhattan e os demais bairros é o metrô, que está parado. Funcionários tentam retirar as pessoas das estações e dos trens, que pararam dentro dos túneis.
A temperatura na cidade estava em cerca de 31ºC, quando os sistemas de refrigeração deixaram de funcionar. Os prédios foram obrigados a abrir as janelas. Sem elevadores, as pessoas usam escadas, inclusive as de incêndio, do lado de fora dos prédios.
Os estoques de velas, lanternas e pilhas já começam a faltar nos poucos supermercados que estão abertos. A maior parte do comércio está fechada. No Gourmet Heaven, que fica no Upper East Side de Manhattan, um funcionário informou que os produtos estavam esgotados.
Também aumentou a procura por água por dois motivos: o calor e o temor de um atentado terrorista. Alguns consumidores chegaram a comprar galões de água para estocar em casa.
Celulares
Com o blecaute, os celulares também pararam de funcionar, e as pessoas caminham pelas ruas ouvindo notícias pelo rádio à pilha. Nos telefones públicos, há filas de pessoas tentando se comunicar com suas famílias.
A arquiteta Simone Brown esperava nesta tarde para ligar para pais, que moram em Dallas (Texas), para dizer que estava tudo bem na ilha.
O estudante Michael Firmmann aproveitou o blecaute para tomar uma cerveja, o que é proibido nas ruas. ''A polícia está muito preocupada para arrumar encrenca comigo agora'', disse.
Aviões
Com o caos na cidade, as rádios informaram que os três aeroportos principais de Nova York --Newark, La Guardia e JFK-- estão fechados.
A Japan Airlines, que faria um vôo nesta noite do aeroporto JFK para São Paulo, suspendeu o vôo e pediu aos passageiros que remarcassem o embarque no dia seguinte.
Helicópteros sobrevoam a ilha. Sem informações oficiais, a população teme que o país seja alvo de um novo atentado terrorista.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que ''não há evidência'' de que o blecaute seja causado por um atentado terrorista.
Segundo a Comissão Reguladora Federal de Energia dos EUA, o blecaute foi causado por uma falha na estação de força de Manhattan, que desestabilizou a rede elétrica até a região do Canadá.
Bloomberg disse que não tem previsão para a normalização do fornecimento de luz, que deve demorar ''algumas horas'' para voltar.
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Blecaute pára metrô, semáforos e celulares em NY; população teme atentado
JOÃO SANDRINIda Folha Online, em Nova York
Um enorme blecaute deixou sem luz hoje boa parte da Costa Leste dos Estados Unidos, incluindo cidades como Nova York, Cleveland e Detroit. O blecaute começou pouco depois das 16h20 (17h20 em Brasília). Também foram atingidas Toronto e Ottawa, no Canadá.
A falta de energia transformou em caos o trânsito na ilha de Manhattan. Nem os semáforos nem o metrô estão funcionando. Por esse motivo, a cidade foi tomada por congestionamentos gigantescos.
As pontes que levam à ilha estão abertas apenas para quem sai do local, a fim de evitar uma piora nos congestionamentos. As linhas de ônibus estão operando normalmente, apesar de atrasos frequentes.
A companhia de energia da cidade de Nova York, a ConEd, informou que a luz só deve retornar depois da meia-noite local (1h de sexta-feira no Brasil).
Era momento do fim do expediente nos escritórios e muitos trabalhadores foram obrigados a voltar para casa a pé. A polícia tenta organizar o trânsito, mas os carros não têm para onde se deslocar.
O principal meio de transporte entre Manhattan e os demais bairros é o metrô, que está parado. Funcionários tentam retirar as pessoas das estações e dos trens, que pararam dentro dos túneis.
A temperatura na cidade estava em cerca de 31ºC, quando os sistemas de refrigeração deixaram de funcionar. Os prédios foram obrigados a abrir as janelas. Sem elevadores, as pessoas usam escadas, inclusive as de incêndio, do lado de fora dos prédios.
Os estoques de velas, lanternas e pilhas já começam a faltar nos poucos supermercados que estão abertos. A maior parte do comércio está fechada. No Gourmet Heaven, que fica no Upper East Side de Manhattan, um funcionário informou que os produtos estavam esgotados.
Também aumentou a procura por água por dois motivos: o calor e o temor de um atentado terrorista. Alguns consumidores chegaram a comprar galões de água para estocar em casa.
Celulares
Com o blecaute, os celulares também pararam de funcionar, e as pessoas caminham pelas ruas ouvindo notícias pelo rádio à pilha. Nos telefones públicos, há filas de pessoas tentando se comunicar com suas famílias.
A arquiteta Simone Brown esperava nesta tarde para ligar para pais, que moram em Dallas (Texas), para dizer que estava tudo bem na ilha.
O estudante Michael Firmmann aproveitou o blecaute para tomar uma cerveja, o que é proibido nas ruas. ''A polícia está muito preocupada para arrumar encrenca comigo agora'', disse.
Aviões
Com o caos na cidade, as rádios informaram que os três aeroportos principais de Nova York --Newark, La Guardia e JFK-- estão fechados.
A Japan Airlines, que faria um vôo nesta noite do aeroporto JFK para São Paulo, suspendeu o vôo e pediu aos passageiros que remarcassem o embarque no dia seguinte.
Helicópteros sobrevoam a ilha. Sem informações oficiais, a população teme que o país seja alvo de um novo atentado terrorista.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que ''não há evidência'' de que o blecaute seja causado por um atentado terrorista.
Segundo a Comissão Reguladora Federal de Energia dos EUA, o blecaute foi causado por uma falha na estação de força de Manhattan, que desestabilizou a rede elétrica até a região do Canadá.
Bloomberg disse que não tem previsão para a normalização do fornecimento de luz, que deve demorar ''algumas horas'' para voltar.
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